Identificação de veículo pode ajudar na investigação do assassinato de mulheres em Canoas
Luciane Dornelles Raupp, 31 anos, e Suelem Rita de Cássia Paim Machado, 27, foram brutalmente assassinadas no bairro Estância Velha
Quase um mês e meio depois, permanece um mistério o duplo homicídio de Luciane Dornelles Raupp, 31 anos, e Suélen Rita de Cássia Paim Machado, 27. Elas foram encontradas mortas, executadas com tiros na cabeça, na manhã do dia 20 de outubro, após serem jogadas de um carro em movimento, no bairro Estância Velha. O crime cometido às 6h30 na até então pacata Rua Riviera desafia a Polícia Civil.
O caso é apurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. Segundo o delegado Robertho Peternelli, a Polícia já ouviu todos os parentes e amigos. Também reconstituiu a madrugada fatídica em que as duas foram mortas. O resultado foram informações desencontradas que, até o momento, não levaram a um suspeito.
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Imagens da área onde que aconteceu o crime foram garantidas pela investigação, mas ainda não revelaram o suficiente. A Polícia continua em busca do veículo usado para os assassinatos. Isso porque, embora muitos moradores do local tenham escutado o barulho dos disparos de arma de fogo, não houve tempo para que fosse identificado o veículo.
"Descobrir qual carro foi usado no crime seria fundamental para o avanço da investigação", confirma Peternelli. "Já sabemos que elas circularam muito na madrugada das mortes, mas ainda não é possível entender por que entraram no carro ou por que terminaram mortas.
Sigilo quebrado
Por meio de autorização da Justiça, a Polícia Civil conseguiu quebrar o sigilo telefônico das vítimas. Assim, em paralelo às buscas ao veículo usado no crime, estão sendo analisadas as mensagens, ligações e endereços por onde circulavam as vítimas no período anterior aos assassinatos.
"É um trabalho que vai demandar bastante tempo, mas que pode terminar nos levando à possível autoria. Vamos analisar com calma os números, os IPs [sigla para Internet Protocol, o número de endereço que identifica o computador ou celular em uma rede] e tentar converter para ter a localização exatada delas na noite do crime".
Perícia aponta quatro tiros
Ao ouvir os vizinhos, a polícia recebeu relatos divergentes sobre o número de disparos contra as vítimas. Houve quem escutou apenas dois tiros e também quem escutou quatro.
Mesmo que o trabalho inicial de técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) tenha indicado existir uma perfuração de tiro na cabeça de cada vítima, existia a suspeita que houve mais de um disparo.
A suspeita se confirmou, na semana passada, com a chegada do laudo pericial conclusivo. Luciane acabou recebendo três tiros de pistola 9 milímetros. Já Suelem foi atingida por um.
"Não sabemos ainda como foi a dinâmica do crime", observa. "O que sabemos é que os tiros foram no local, porque os vizinhos escutaram os disparos. Elas estavam no carro quando foram baleados".