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Notícias | Canoas CORRIDA ENCERRADA...

Motoristas de Uber Flash desaparecem com doces e salgados de confeiteira: "Fiquei só com o prejuízo"

Microempresária Jaqueline Cardoso relata perda de clientes depois que quatro entregas sumiram com profissionais do app

Publicado em: 30.03.2023 às 13:54 Última atualização: 30.03.2023 às 15:49

Aos 41 anos, Jaqueline Cardoso conduz um bem-sucedido negócio de festas e eventos em Canoas. A microempresária aprendeu com a mãe como fazer doces e salgados e ao longo dos anos expandiu a clientela para fora da cidade graças a recomendações e novos pedidos.

Jaqueline Cardoso contabiliza prejuízos em meio à produção de doces e salgados
Jaqueline Cardoso contabiliza prejuízos em meio à produção de doces e salgados Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

A empresa de Jaqueline começou a ter problemas há alguns meses. Não devido ao tempero em algum salgado ou excesso de glacê em um bolo. O problema mesmo são as entregas. Ela estima já ter perdido R$ 4 mil por conta de entregas contratadas com a empresa Uber que não chegam ao destinatário.

"Isso começou no final do ano passado", lembra. "Na época, eu tinha contratado uma entrega de dois mil salgados para uma festa em Gravataí. Só que a encomenda nunca chegou. O motorista deu a viagem como encerrada e sumiu com tudo. Acabei ficando somente com o prejuízo", explica.

Após este caso inicial envolvendo um motorista de Uber Flash. Outros três se repetiram. O pior caso foi um envolvendo um motorista que, insatisfeito pela reclamação de Jaqueline feita à empresa, voltou ao endereço da fábrica e atirou os doces e salgados no chão.

"O cara sumiu e voltou no outro dia com a minha encomenda, mas daí eu já tinha perdido o dinheiro e a cliente", relata. "Ele disse que eu estava incomodando e, não satisfeito, jogou no chão, as minhas coisas. Foi um absurdo."

A microempresária fez uma tentativa de contato com a empresa Uber sem sucesso, no qual, o máximo que conseguiu, foi o contado direto de motoristas vinculados a Uber Flash.

"Fui à sede da empresa em Porto Alegre e mesmo assim não adiantou nada", desabafa. "É brabo, porque além da questão do dinheiro, não posso assumir responsabilidades e depois deixar as pessoas na mão. Trabalho com casamentos, festas de um aninho, etc. Há muito sentimento envolvido."

Solução paliativa

Como solução paliativa para o problema, a microempresária deixou de usar a empresa Uber Flash e passou a se valer de um motorista de confiança para a garantir que a clientela receba as encomendas.

"É brabo ver algo que a gente trabalha com tanta dedicação se perder assim, porque tenho uma fábrica com empregadas que trabalham com tanto amor e carinho quanto eu. Não posso ficar perdendo encomendas desse jeito."

Polícia em cima

Jaqueline conta que já procurou a Polícia Civil (PC). O caso está sendo apurado pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, responsável pela área no bairro Olaria onde fica situada a fábrica da microempresária.

"Procurei a Polícia mais como proteção mesmo, porque dinheiro e clientes eu já perdi", observa. "Acho que não é todo mundo que poderia estar trabalhando como Uber Flash desse jeito. É preciso ter um pouco de compaixão pelo trabalho alheio."

Responsável pela 3ª Delegacia de Polícia, a delegada Luciane Bertoletti confirmou estar em cima do caso para apurar as circunstâncias que envolvem os furtos da trabalhadora. "A investigação está no começou", resumiu.

Sem retorno

A reportagem entrou em contato com a empresa Uber. Até o fechamento da matéria, a empresa ainda não havia dado um retorno sobre o caso.

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