Facção pode estar por trás do sequestro de jovens; o que a Polícia já sabe sobre os casos

Continua o mistério em torno do desaparecimento dos jovens Leonardo de Souza Xavier, 19 anos, e Taís de Lima Prestes, 24, sequestrados na tarde do dia 13 de maio, véspera de Dia das Mães, em Canoas.

Por enquanto, a Polícia Civil (PC) ainda não tem suspeitos para o crime. Os dois casos são tratados como sequestros pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas.

A Polícia já ouviu centenas de testemunhas, segundo o delegado Gustavo Bermudes. Foram parentes e amigos interrogados sem conseguir chegar a uma pista sólida sobre o paradeiro das vítimas.

Além disso, cada informação que chega a respeito dos jovens é imediatamente apurada na tentativa de descobrir qualquer sinal indicativo que Leonardo e Taís possam estar vivos.

"As buscas continuam e toda a informação que chega é apurada com urgência", afirma. "Os dois casos estão conectados e ambos são tratados como sequestros."

Bermudes aponta que Leonardo e Taís se conheciam. Embora não esclareça qual era a relação que mantinham, o delegado defende que os dois acabaram vítimas dos mesmos criminosos.

"Não há evidência apontando uma execução e por isso trabalhamos com a hipótese de sequestros cometidos pelo mesma facção criminosa", frisa. "Só não houve nenhum pedido de resgate ainda".

O delegado diz entender a angústia vivida por parentes e amigos. Na avaliação de Bermudes, ao investigar as atividades no dia a dia dos dois jovens, não há razão aparente para sequestro.

"Não houve nenhum tipo de contato com as famílias após o desaparecimento, o que só aumenta a angústia", destaca. "A medida que o tempo passa, é claro que a chance de serem encontrados com vida diminui."

Veículo suspeito

Um dia após o crime, por meio do sinal de celular da jovem, a Polícia Civil promoveu buscas em Nova Santa Rita, onde o aparelho teria sido usado pela última vez. Achou um veículo no local que teria sido supostamente no sequestro. O carro foi encaminhado para técnicos do Instituto Geral de Perícias, na tentativa de achar uma digital da jovem.

"Achamos um carro abandonado, mas ainda não é possível dizer que se trata do veículo usado no crime, já que não há qualquer imagem de câmera de segurança que aponte o veículo fugindo do bairro Mathias Velho", explica Bermudes. "Também não apresentava vestígios, nem havia sangue no interior."

Entenda o caso

Leonardo de Souza Xavier saiu de casa para dar uma volta com um amigo no meio da tarde do dia 13 de maio. Conforme contou a mãe dele, Janaína Correa de Souza, o jovem não levou nem a identidade porque iria dar uma volta rapidinha no shopping e voltaria para casa, mas isso não aconteceu.

Já Taís de Lima Prestes foi atender a uma chamada e acabou rendida e colocada à força em um carro, por três homens encapuzados e armados, na tarde do dia 13 de maio. Ela estava na casa de um amigo no momento em que foi levada, segundo a mãe dela, Carine Lima.