"Não deu tempo de salvar nada": Pelo menos 2 mil casas tiveram telhados destruídos pelo granizo em Canoas

Aos 75 anos e sofrendo de osteoporose, Joana da Silva Garcez, acordou às 6 horas, na manhã desta terça-feira (26), com as pedras de granizo atravessando as finas telhas que cobriam a pequena casa em que vive no bairro Guajuviras.

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"Nem sei o que estragou em casa", suspira ao falar. "Só me ajudaram a sair de casa. Meu quarto e cozinha não existiam mais quando atravessei a porta. Estava tudo debaixo d'água e não deu tempo de salvar nada".

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No local, pelo menos outras 100 pessoas permaneciam aguardando para fazer o cadastro e garantirem o chamamento para receber as lonas que estavam sendo doadas para os atingidos pelo temporal do início da manhã.

Um levantamento da Prefeitura de Canoas apontou que pelo 2 mil residências foram atingidas pela tempestade de granizo na zona norte da cidade, mais exatamente, os bairros Guajuviras e Mathias Velho, onde se concentraram os estragos.

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A aposentada Marta Helena Oliveira, 69 anos, também buscou ajuda logo após o temporal, porém na Subprefeitura Guajuviras, onde também havia entrega de lonas desde as primeiras horas da manhã desta terça.

Ela relata que pedras "do tamanho de ameixas" atravessaram as telhas e criaram um enorme banhado dentro de casa, levando à necessidade de forrar todos os móveis para não ter um prejuízo maior com o temporal.

"Eu estava acordada quando comecei a ouvir os estouros", lembra. "Quando vi começou a cair a água acumulada do forro. Minha cama ficou encharcada e comecei só a correr para tapar tudo o que podia em casa."

Segundo a Prefeitura de Canoas, a administração reuniu 23,4 mil metros quadrados de lonas para distribuir entre os moradores, montante que havia sido adquirido antes mesmo da aproximação do ciclone previsto para este início de semana.

Trabalhando no Gabinete de Gestão de Risco criado pela Prefeitura de Canoas, o prefeito Jairo Jorge apontou que reuniu todos os setores diretamente ligados ao gabinete para uma reunião de urgência no sábado (23).

"Já era previsto que o pior cenário seria criado nesta terça-feira", aponta. "Então nos reunimos e planejamos ações imediatas para diminuir, o máximo possível, o impacto na população atingida pelo ciclone", explicou. "Não vai falar lona para ninguém."

Endereços onde é possível pedir lonas?

Em razão das fortes chuvas e da queda de granizo, a Prefeitura orienta a população a procurar as Subprefeituras dos quadrantes da cidade e a Defesa Civil para retirada de lonas e encaminhamento para abrigos, caso necessário. Confira os locais de retirada:

• Subprefeitura Centro
  Rua Euclides da Cunha, 280, Centro
  (51) 99126-9082
• Subprefeitura Noroeste
  Rua Candelária, 441, bairro Mathias Velho
  (51) 3466-1660 e (51) 3477-4142
• Subprefeitura Sudoeste
  Rua Edgar Fritz Muller, 430, bairro Rio Branco
  (51) 3472-0454 e (51) 3472-0436
• Subprefeitura Nordeste
  Avenida Boqueirão, 3166 (térreo), bairro Estância Velha
  (51) 3236-3502
• Subprefeitura Sudeste
  Rua Marechal Rondon, 100, bairro Niterói
  (51) 3475-2525

Os ginásios das escolas Paulo VI (Av. Irineu Carvalho Braga, 2781, Fátima) e Thiago Würth (Av. Rio Grande do Sul, 4240, Mathias Velho) novamente servem de referência para receber eventuais famílias desabrigadas ou desalojadas.

A Defesa Civil atende nos números (51) 3476-3400 e (51) 99322-5764O. Já o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo 193 (Guarda Municipal) e 156 Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade (SMTM).