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Campanhas têm menos intensidade nas ruas e força nas redes sociais

Pandemia do novo coronavírus alterou a forma de comunicação com os eleitores. Especialista defende cuidados com transmissão da doença

Por Gustavo Henemann
Publicado em: 29.10.2020 às 03:00 Última atualização: 29.10.2020 às 08:23

Eleições municipais ocorrem no dia 15 de novembro Foto: Elza Fiúza/ABr/FotosPúblicas
A pandemia do novo coronavírus não alterou apenas o calendário das eleições municipais de 2020 - marcadas para 15 de novembro -, mas também as estratégias de aproximação dos candidatos com os eleitores. Nos últimos pleitos, a presença da propaganda eleitoral pelas redes sociais já vinha ganhando cada vez mais espaço. Agora, com as normas de distanciamento social, a Internet se tornou uma aliada ainda maior dos candidatos.

Para o professor da Universidade Feevale e cientista político Everton Rodrigo Santos, docente do Programa de Pós-Graduação Diversidade Cultural e Inclusão Social da instituição, já eram esperadas campanhas menos intensas nas ruas, com mais cuidados devido aos riscos de contágio da Covid-19, tendo mais força nas redes sociais e no horário eleitoral de rádio e televisão. "Os candidatos têm priorizado a campanha nas redes, mas não descuidaram do corpo a corpo completamente, principalmente porque a campanha municipal exige mais do que outras campanhas, o contato olho no olho com o eleitor das cidades", afirma.

Saúde

Apesar das normas de distanciamento social por conta da pandemia, durante as campanhas são promovidos adesivaços, carreatas, bandeiraços, entre outros, e vale destacar que já é notável um certo relaxamento da população inclusive quanto ao uso de máscaras. O cientista político acredita que deveria haver mais preocupação com a saúde das pessoas durante as atividades eleitorais, assim como planos de governo que contemplem o enfrentamento da pandemia. "Não temos ainda nenhum medicamento contra a Covid comprovadamente científico e as vacinas são promessas da ciência que ainda não chegaram ao conjunto da população. É preciso ter cautela. Não podemos colocar fora estes meses de isolamento social. Felizmente os governos estaduais e locais, com todos os seus problemas, assumiram a dianteira no combate à pandemia."

 

Maior abstenção

Para o cientista político e professor da Feevale Everton Rodrigo Santos, é possível que, por conta da pandemia e o receio da população quanto à transmissão do vírus, tenhamos um pleito com maior abstenção de votos. No entanto, ele enfatiza que não seria apenas este o motivo, mas também a descrença na política atual. "Penso que estes dois fatores, a pandemia e a descrença na política, são sinergias que podem influenciar na abstenção do voto, sim. Temos de ver, posterior ao pleito, se houve este efeito ou não. Mas é uma boa hipótese de trabalho", complementa Santos.

Vantagem para candidatos conhecidos

Santos acrescenta que essa falta de proximidade dos candidatos com os eleitores pode impactar na hora da escolha do voto, com a população optando por nomes mais conhecidos para as câmaras de vereadores e prefeituras. "Há uma certa tendência neste sentido, dos candidatos mais conhecidos levarem esta ligeira vantagem, mas uma boa estratégia de campanha pode enfrentar este obstáculo certamente", observa o professor.

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