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Notícias | Especial Coronavírus Lives pagas

Sem palco para trabalhar, artistas sugerem edital público para realização deeventos online

Em manifesto, músicos, produtores e teatreiros pedem que Prefeitura adote medidas emergenciais para a Cultura não parar por causa da Covid-19  

Por Jeison Silva
Publicado em: 30.03.2020 às 16:11 Última atualização: 30.03.2020 às 21:35

Antes com casa cheio, teatros estão fechados por prevenção Foto: Divulgação/SESC
Alguém já disse na internet: “quem não considera a cultura importante, neste período de quarentena, deveria ficar impedido de assistir a filmes, shows, além de consumir livros”. É uma forma irônica de dizer que a economia que rege as relações humanas nem sempre envolve dinheiro. O bem que a arte faz (um bem que, às vezes, incomoda para fazer pensar) surge de pessoas que dedicam seu tempo e inspiração para construir uma obra e dividi-la com o público. Em Canoas, a exemplo de outros trabalhadores, produtores e artistas, em tempo de isolamento social por conta da Covid-19, encontram dificuldades para subir ao palco ou publicar e isso impacta negativamente no orçamento das famílias.

Nesta segunda-feira, o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Canoas publicou uma carta-manifesto para sensibilizar a Prefeitura e outras entidades influentes nas ações artísticas na cidade sobre medidas de urgência para a economia cultural não parar neste período delicado. “Não nos opomos a nenhuma medida tomada pela administração municipal com relação ao combate da proliferação da epidemia”, destaca o ator Denisson Beretta Gargione, presidente do conselho.

“As propostas apresentadas levam em consideração a necessidade de nossa subsistência, que diante das ações de prevenção a propagação do vírus, devido à natureza de seus trabalhos (a maioria autônomos), tiveram suas agendas canceladas ou adiadas, impactando diretamente em sua produção e sua renda.” O grupo que assina a carta salienta que são mais de 400 pessoas que, segundo estimativas, movimentam mais de seis milhões de reais por ano na cidade, a maioria oriunda de captação fora do município através de editais e incentivos, que geram trabalho e renda de forma direta e indireta.

Entre as reivindicações estão pagamento do Microcrédito Cultural 2019-1, em caráter de urgência; abertura de editais 100% digitais para ações artísticos culturais, com inscrições on-line, para serem realizados por meio de plataformas digitais e redes sociais; garantir a realização e prorrogação de eventos como a 8ª Semana da Dança de Canoas, 12ª MOSTRARUA – Mostra do Trabalhador de Teatro de Rua, Semana da Música, Semana da Capoeira, Feiras do Livro, entre outros; realização - por parte do SESC Canoas - do comprometimento de compor, ao menos, 50% de sua programação com a contratação de artistas municipais. Leia a íntegra do documento aqui. 

“Estamos sentindo na carne, 90 por cento dos artistas e produtores são autônomos, vivem da venda de espetáculos, aulas, oficinas, livros artesanato, exibições, e hoje não podem sair”, aponta. “A gestão atual quitou os atrasados do incentivo à cultura, mas lançou novo edital; sobre o microcrédito falta o pagamento do que foi lançado no ano passado.” Assinam o manifesto junto com Gargione a vice, Cristina Colares, e a secretária Nelly Debastiani.

O secretário de Cultura e Turismo, Mauri Grando, disse estar aberto às propostas: "Estamos fazendo o possível, dentro de um cenário complicado que neste momento preocupa a todos, incluindo artistas e classe cultural. Não estamos parados e mesmo diante das dificuldades, trabalhando no que podemos viabilizar no município dentro das necessidades mais urgentes orientadas por um Comitê de enfrentamento ao Coronavírus".

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