O cronograma de entrega dos dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a covid-19 que o Ministério da Saúde afirma ter adquirido do laboratório indiano Serum Institute sofrerá atraso. A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira (15) pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).
Segundo a pasta, o ministro Ernesto Araújo telefonou para o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar ontem (14), dia em que o site Hindustan Times publicou uma notícia informando que, segundo fontes do governo indiano não identificadas na matéria, ainda não há previsão de quando a Índia autorizará o fornecimento dos imunizantes a outros países, incluindo o Brasil.
"Você deve se lembrar que o primeiro-ministro [Jaishankar] já disse que a produção e a capacidade de entrega da Índia serão usados para o benefício de toda a humanidade para combater a esta crise, mas o processo de vacinação na Índia está apenas começando. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre a destinação para outros países enquanto estivermos analisando nossos cronogramas de produção e entrega. Tomaremos essa decisão no tempo devido, declarou o porta-voz, segundo o site indiano.
Apesar da indefinição quanto ao fornecimento das vacinas, o Ministério da Saúde informou que a previsão de que o avião comercial adaptado para ir a Índia buscar os insumos da Serum Institute parta esta noite, de Recife (PE), está mantida.
Inicialmente o voo estava previsto para decolar na noite de ontem (14), às 23h, mas a viagem foi adiada. Segundo o Ministério da Saúde, por "questões logísticas internacionais". A aeronave pertencente à empresa aérea Azul partiu ontem a tarde do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), com destino a Recife, de onde deve prosseguir viagem esta noite.
Ontem, durante uma videoconferência com prefeitos de todo o Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello condicionou o começo da vacinação contra a covid-19 no Brasil na próxima quarta-feira (20) à chegada dos 2 milhões de doses da vacina indiana e à aprovação, ainda no próximo domingo (17), dos pedidos de uso emergencial dos imunizantes apresentados pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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