Publicidade
Notícias | Especial Coronavírus Saúde

Pacientes transplantados de medula óssea podem receber a vacina de Covid?

Médico especialista da Universidade Federal do Rio de Janeiro esclarece dúvidas

Publicado em: 09.02.2021 às 12:22

As vacinas para o Covid-19 disponíveis no Brasil, Coronavac e AstraZeneca, já são aplicadas em diversas regiões do país, porém muitas dúvidas surgem, principalmente para alguns grupos como os pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). Quem foi submetido a um TMO tem o sistema imunológico mais frágil pela própria doença e pelos tratamentos que receberam antes, durante (exemplo imunossupressores) e após o transplante tratando complicações adquiridas como a doença do enxerto contra o hospedeiro.

CONTEÚDO ABERTO | Leia todas as notícias sobre coronavírus 

Para o Roberto Magalhães, médico especialista da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor do Grupo de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (GHTN), a maior parte dos pacientes transplantados poderá receber as vacinas que são eficazes e seguras para o paciente hematológico.

“A recomendação do EBMT (European Group for Blood and Marrow Transplantation - Grupo Europeu para Transplante de Sangue e Medula) é que três meses após o transplante o paciente pode ser vacinado. Não é aconselhável que ele receba a vacina no meio do transplante alogênico, onde as células precursoras da medula provêm de outro indivíduo (doador). Outro dado interessante e importante é que se o doador se vacinar ele deverá esperar 15 dias para doar medula e vale tanto para a primeira dose quanto para a segunda dose”, explica o especialista.

Para pacientes transplantados é preciso seguir um calendário específico de vacinas. Segundo o Roberto, nesse caso, o ideal é atrasar uma das vacinas para receber a da Covid-19.

“Após quatro meses de transplante, o paciente tem um cronograma de vacinação que começa com a vacina da gripe, hepatite B, e por aí vai uma sequência que é feita naturalmente. Como estamos em meio à pandemia, a recomendação é que o paciente tome primeiro a vacina de Covid-19, pois não se deve tomar vacinas diferentes simultaneamente”, diz.

As vacinas no Brasil têm uma eficácia de 50 a 74% e pacientes hematológicos não montam uma resposta imunológica de defesa contra o coronavírus mesmo recebendo as duas doses.

“Muito mais que o medo da pessoa adquirir coronavírus pela vacina, o problema maior é ele não ter a resposta vacinal. A própria doença que a pessoa tem afeta o sistema imunológico, como por exemplo, o mieloma múltiplo, doença em que o transplante autólogo e feito com maior frequência, a pessoa não tem capacidade de produzir os anticorpos naturais para poder se defender”, esclarece Dr. Roberto que ainda faz um alerta: “não sabemos quanto dura a resposta imunológica da vacina, cuja eficácia não é de 100%. Não significa que a pessoa vacinada não possa vir a pegar o coronavírus e tampouco a gente deve afrouxar. As medidas de cuidado devem ser tomadas de maneira rigorosa por enquanto no Brasil. A máscara tem que ser usada, lavar sempre as mãos, usar álcool gel e manter o distanciamento social evitando aglomerações”.


Mais praticidade no seu dia a dia: clique aqui para receber gratuitamente notícias diretamente em seu e-mail!

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas

Olá leitor, tudo bem?

Use os ícones abaixo para compartilhar o conteúdo.
Todo o nosso material editorial (textos, fotos, vídeos e artes) está protegido pela legislação brasileira sobre direitos autorais. Não é legal reproduzir o conteúdo em qualquer meio de comunicação, impresso ou eletrônico.