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Notícias | Especial Coronavírus Referência sem vagas

Idosa com Covid morre à espera de leito de UTI

Paciente de Nova Santa Rita tinha 72 anos e aguardou em pronto atendimento por três dias

Por Bruna Aquino
Publicado em: 11.03.2021 às 08:46 Última atualização: 11.03.2021 às 11:14

Sem estrutura hospitalar, Nova Santa Rita tem Canoas como cidade referência para atendimento médico, principalmente para pacientes Covid. O problema é que a capacidade tanto dos hospitais canoenses quanto de outros municípios se esgotou. Na terça-feira à noite, uma idosa de 72 anos infectada com coronavírus morreu enquanto aguardava uma vaga de UTI. Segundo o secretário municipal da Saúde, Cassiano Antunes, ela esperou por três dias.

"Foi o primeiro óbito por Covid ocorrido dentro da unidade de Pronto Atendimento", conta o titular. Com comorbidades como hipertensão e pré-diabetes, ela chegou no domingo à unidade no Centro do município com o seguinte quadro: coriza, queixa de falta de ar e tontura, tosse e saturação baixa. Ao testar positivo, permaneceu no pronto atendimento à espera do leito.

A paciente foi mantida no local com a máscara de Hudson (último recurso antes da ventilação mecânica/intubação) e medicação, acrescentou o secretário.

Ontem, três pessoas aguardavam em Nova Santa Rita a transferência para leitos clínicos. "Essa semana houve um grande acúmulo de atendimentos, sendo mais de 130 por dia no pronto atendimento. Na segunda-feira de noite tivemos 16 pacientes Covid e três não Covid aguardando transferência para leito hospitalar, clínico e de UTI. Não temos condição de absorver tamanha demanda, por limitação da capacidade de recursos humanos e de insumos e de capacidade estrutural", declarou Antunes.

Também ontem, o cemitério do Caju registrou somente pela manhã três sepultamentos de vítimas da Covid-19.

Superlotação

Pressionado pela demanda que não para de crescer, o sistema hospitalar de Canoas passou da fase de esgotamento e registra superlotação. A taxa de ocupação da UTI Covid chegou a 106,77%: 118 leitos de terapia intensiva para pacientes com coronavírus, mas 126 internados até o final da tarde. Há oito dias o município está sem leitos disponíveis e às 18h30 dessa quarta estava com 50 pacientes à espera por uma vaga.

Oito leitos extras foram instalados nas alas Covid dos hospitais. Fora isso, no número total constam 10 que foram incluídos graças à ativação do Plano de Contingência Hospitalar do Hospital de Pronto Socorro (HPSC) devido à necessidade de readequação do espaço físico para ampliação da capacidade, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

Quanto aos leitos de enfermaria, a taxa de ocupação é de 94,75%. A atual capacidade do município é de 229 leitos e há 217 ocupados e 15 livres. Foram abertos recentemente 36 novos leitos clínicos no Hospital Nossa Senhora das Graças, além da ativação do Plano de Contingência Hospitalar do HPSC (17) e do HU (4). Também há três pessoas em leitos extras. 

Recordes do vírus

Esta é a primeira vez que Canoas excede o número de pacientes com Covid internados na terapia intensiva. O município registra 28.089 casos confirmados de coronavírus, sendo 24.510 pessoas consideradas recuperadas, e 705 óbitos decorrentes de complicações da Covid-19.

No Hospital Nossa Senhora das Graças, mais de 80% dos internados são pessoas com Covid. Das 213 pessoas que se encontravam hospitalizadas à tarde, tanto em UTI quanto leitos clínicos, somente 37 delas não estão infectadas, o equivalente a 17,37%. Entre os pacientes mais graves, 45 estão na UTI Covid, onde foi necessário instalar cinco leitos extras. Desde janeiro, o Gracinha passou de 10 para 40 leitos de UTI Covid. Já a capacidade das vagas de enfermaria aumentaram de 20 para 80.

Com mais 10.457 infectados, o Rio Grande do Sul chegou ontem a 713.614 casos notificados, com 658.865 recuperados (taxa de 92%), de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde. O número de mortes por complicações da Covid subiu para 14.087.

Na terça, o Estado bateu os recordes de registros de casos confirmados e de óbitos. Na data, foram contabilizados 12,2 mil novos casos e um total de 275 vítimas. As mortes ocorreram entre os dias 8 de fevereiro e 9 de março.


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