Sistema do Ministério da Saúde aponta aplicações de vacinas vencidas na região

Conforme informações do sistema de dados do Ministério da Saúde (DataSUS), cidades da região teriam realizado aplicações de vacinas vencidas contra a Covid-19. O problema, revelado em reportagem publicada pela Folha de São Paulo nesta sexta-feira (2), envolveria casos da região metropolitana, Vale do Paranhana, Serra gaúcha e litoral norte. Porém, municípios afirmam que os dados não conferem.

Fazem parte da lista Cachoeirinha, Canoas, Gramado, Esteio, Imbé, Parobé, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul, Taquara e Tramandaí. Gramado e Parobé já se manifestaram informando que aplicaram todas as doses dos lotes apontados dentro do prazo previsto. De acordo com o levantamento da Folha, pelo menos 26 mil doses em todo o Brasil estavam fora da data e de 801 a 1,5 mil são correspondentes ao Rio Grande do Sul.

O governo do Estado informa que está realizando a conferência em relação aos imunizantes que possam ter sidos administrados fora do prazo de validade, assim como aguarda manifestação do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Tranquilizamos a população gaúcha e esclarecemos que caso sejam identificados doses aplicadas com qualquer insegurança em relação a sua eficácia - quer seja pelo prazo de validade ou pela conservação, há planos de contingência e segurança previstos”, detalha, em nota.

Já o Ministério da Saúde (MS) informa que nenhuma dose de vacina é entregue aos Estados e Distrito Federal vencida. “A pasta acompanha rigorosamente todos os prazos de validade das vacinas Covid-19 recebidas e distribuídas pela pasta. Cabe aos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério”, diz. 

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Situação em cidades da região

A cidade com o maior número de registros na região é Canoas, com 17 ocorrências no sistema, distribuídas entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) Prata (10), Hospital Universitário (6) e Hospital Nossa Senhora das Graças (1). “Estamos aguardando retorno do Ministério da Saúde sobre a pauta”, afirma o secretário municipal de Saúde e presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), Maicon de Barros Lemos.

Parobé explica que o lote do imunizante AstraZeneca 4120Z005, com vencimento no dia 14 de abril de 2021, apontado pelo sistema, foi recebido pela Secretaria Municipal de Saúde no dia 28 de janeiro de 2021, tendo sido aplicado nos dias 26 de janeiro 2021, 4, 5, 8, 9, 10 e 11 de fevereiro de 2021. “Sendo assim, nenhuma dose de imunizante contra a Covid vencida foi aplicada em Parobé. A prefeitura destaca ainda que todos os lotes de vacinas contra o coronavírus recebidos pelo município são verificados quanto à data de validade e integridade física antes do armazenamento e também no momento da aplicação”, comunica.

Em Gramado, a informação é de que o lote com validade em 14 de abril deste ano teve a última aplicação realizada em 18 de fevereiro. Por isso, também ressalta que os dados não conferem e não foram aplicadas vacinas vencidas em nenhum morador.

Orientações

Em relação ao prazo de validade das vacinas, a SES justifica que o tempo foi estabelecido em um momento em que não existia conhecimento científico para prazos mais longos e esses dados estão sendo constantemente atualizados, a exemplo do que aconteceu com a vacina da Janssen. “Segundo relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco se dá em relação à diminuição do efeito protetor da vacina e não ao risco de evento adverso pelo prazo de validade”, conclui.

Oito lotes com imunizantes vencidos teriam sido distribuídos: 4120Z001, 4120Z004, 4120Z005, CTMAV501, CTMAV505, CTMAV506, CTMAV520 e 4120Z025. Confira se você integra algum destes grupos de acordo com as anotações da carteirinha de vacinação. Segundo a orientação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), caso alguma vacina seja administrada após o vencimento, essa dose não deverá ser considerada válida, sendo recomendado um novo ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses. O vacinado deverá ser acompanhado pela Secretaria de Saúde local.