Termo vai promover políticas públicas em prol da comunidade negra em Gramado
Em ato inédita no Estado, compromisso será firmado para colocar em prática ações que contemplem a diversidade
A veia de inovação de Gramado, em pensar em eventos e no turismo, também está se expandindo para outras áreas. A cidade que recebe milhões de pessoas por ano inova no Estado em firmar um compromisso de colocar em prática ações que contemplem a diversidade, seja dos visitantes ou moradores. Isso vai acontecer ao meio-dia da terça-feira, dia 21, no auditório Araucárias, no Expogramado.
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Denúncia
O assunto virou pauta quando um casal de historiadores da Bahia fez uma denúncia à Defensoria Pública, destacando a invisibilidade histórica dos negros na região. O caso foi levado, em 2020, ao defensor público Igor Menini que começou a buscar informações sobre o fato. "O casal que me procurou conhecia a história da região e disse que, em pontos turísticos que eles sabiam que havia relação com a história do negro, não tinha nenhuma referência a isso", frisa o defensor público.
"O próprio Município compreendeu as falhas e decidiu fazer os ajustes. A Defensoria entraria com uma ação, mas o inédito é que nos reunimos e conversamos sobre como poderíamos fazer isso juntos", pondera Igor, ao revelar que foram dois anos de investigação.
Dessa forma, a Procuradoria do Município e a Defensoria criaram o documento.
Estudo
O professor de História da rede municipal de Gramado, Alex Juarez Müller, iniciou uma pesquisa para falar sobre essa invisibilidade na história oficial da cidade. O documento serviu também como instrumento para a elaboração do termo. De acordo com o trabalho acadêmico, há indícios que comprovam significativa população de descendência africana no século 19. "Os negros sempre estiveram presentes na história da região, tanto na frente de expansão quanto na frente pioneira, e houve um provável esquecimento proposital dessa população", cita o artigo.