Uma imaginação fértil e muito talento com apenas 7 anos; conheça o jovem que participa da Coletiva dos Artistas
Luís Henrique Gomes já está em sua segunda exposição. Durante a pandemia, fez campanha solidária em troca de desenhos seus
Ir na Coletiva dos Artistas é conhecer, olhar e analisar diferentes tipos de trabalhos de profissionais da cidade. Com a maioria deles já consagrados e tendo a arte como profissão, a exposição, que está em cartaz no Centro Municipal de Cultura Arno Michaelsen, ao lado do Lago Joaquina Rita Bier, também conta com artistas mirins, que estão em fase de aprendizagem, desenvolvimento e entendendo o que é essa área.
Um desses jovens é o pequeno Luís Henrique Gomes, de 7 anos. Morador da Vila do Sol, estuda na escola Nossa Senhora de Fátima. Ele levou uma tela, denominada “Alien, O Salvador da Espécie Humana”, em que utiliza técnicas de pintura e colagem. Sim, fez objetos em 3D.
Quando questionado sobre o assunto desenhado, ele é enfático. “Na obra tem um alienígena que ficou preso na árvore ao cair da nave. Ele foi pegar feijão no chão e maçã na árvore, porque estão vindo procurar alimento na Terra”, afirma.
Na nave, utilizou lantejoulas. Os brilhos, como glitter e outros objetos que brilham, são a marca registrada do pequeno, que sempre inclui algum elemento do tipo em todas as suas obras. Já o próprio alien foi feito com barbante.
E a inspiração? Conforme a mãe, Roseli Gomes, a imaginação de Luís é extremamente fértil. Absorve situações de sua rotina, histórias que ouve no cotidiano e transforma em telas que possuem informações além do básico.
“Ele vai de um mundo para outro. Ele estava se alimentando mal e contratamos uma nutricionista, que é coach. E começou a ensinar como ele podia se alimentar melhor. E então ele trouxe isso para um de seus desenhos”, pontua, sobre a arte alienígena.
O tempo também mostra os avanços nas técnicas. Agora, esboça o desenho antes em uma folha própria para somente após passar para o quadro. “Pintar é minha atividade favorita. Mas eu não pinto todo dia, gosto de desenhar quando eu quero”, enfatiza Luís. Sobre as cores usadas, ele tem a resposta na ponta da língua. “Uso as que vão combinar com o desenho.”
Para a coordenadora do centro de cultura e artista, Débora Irion, o menino tem um talento nato para as artes. "Fico muito feliz, pois ter jovens talentos nas nossas exposições vem de encontro com um dos objetivos nossos, que é proporcionar oportunidade para novos artistas. O Luís é um menino talentoso, que tem um caminho que começa a ser trilhado na arte em nosso município", afirma.
O início na pandemia
Apesar de tão novo, esta não é a primeira vez que ele participa da mostra. Em 2021, com 5 anos, levou sua representação própria dos Minions. “Desde bebê ele desenha. Estimulamos ele muito cedo, para trabalhar coordenação motora, saber as cores”, conta Roseli.
Foi na pandemia que o jovem desenvolveu e fez mais de 30 desenhos, em um ato de solidariedade. “Na pandemia, quando tudo fechou, várias famílias ficaram desempregadas. Então ele e eu conversamos e tivemos uma ideia. Eu dava tinta para ele pintar, papel de desenho, e oferecíamos para as pessoas a pintura em troca de leite”, relembra Rose.
A campanha foi um sucesso. Mais de 320 litros foram arrecadados e entregues à escola do menino, que fez a distribuição.
O futuro
Luís ainda não sabe se seguirá no ramo quando crescer. Mas já tem um desejo do que gostaria para o futuro. “Queria ser astronauta, mas como está dando muito acidente com foguete, no espaço, vou ser professor de Astronomia”, diz, ainda afirmando que estudará inglês para levar toda a família para conhecer a Disney.
Para a mãe, ele deve ser livre para fazer as próprias escolhas. “Se ele quiser, vou apoiar, mas não quero que seja algo estressante. Estou mostrando o caminho. Mas incentivo meus dois filhos a brincarem, estimular para que não fiquei robotizados e tenham sua liberdade de expressão. E que ao verem a exposição, isso também seja exemplo para outras mães. A criança vai fazer lambuzo, vai sujar. E não só com tinta, eu deixo se divertirem com barro, jornal. Dizem que é aquilo né, casa feliz é uma casa bagunçada”, finaliza Rose.
Uma exposição solo do jovem não é descartado e é estudada entre a Cultura e a família.