Compartilhar o chimarrão, distribuir abraços em datas comemorativas e até mesmo participar de eventos com milhares de pessoas reunidas e - pasme! - ninguém de máscara. Existe um mundo em que isso é possível e ele não fica a anos luz de distância ou tempo daqui. Em alguns países do globo, a combinação entre o controle rigoroso da pandemia e a larga campanha de vacinação contra a Covid-19 já possibilitou o retorno à vida normal, mostrando que há, sim, esperança.
Israel e Emirados Árabes Unidos são alguns dos exemplos onde a retomada traz ares de final feliz na luta contra o novo coronavírus. Entre as atividades da nova velha rotina estão a liberação total de estabelecimentos comerciais, incluindo espaços como boates e casas de shows, autorização para reuniões entre grupos e a opção de circular sem a proteção facial. Tudo sem o receio de que a doença esteja se espalhando.
Cautela é necessária
Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) segue alertando para a necessidade de protocolos responsáveis e cautela. Como amostras de que as flexibilizações devem ocorrer de maneira organizada, sempre observando os indicadores da doença, podem ser citados o Reino Unido, Estados Unidos e a Índia.
No primeiro, a retomada é gradual, após três meses de lockdown e ampla campanha de imunização. Já nos Estados Unidos, a propagação da doença e a cobertura vacinal da população caminham lado a lado. Ainda que os americanos estejam sendo vacinados a largos passos, os resultados até agora não são melhores em função de nova alta nas contaminações.
Mas, no momento, a preocupação mundial é com a Índia, novo epicentro do coronavírus. Depois de iniciar a vacinação com indicadores positivos, os indianos relaxaram nos cuidados e participaram de eventos religiosos reunindo milhares nas últimas semanas, o que gerou um crescimento exponencial nos números de casos e mortes.
Exceção à regra
Outro local em que a vida já volta ao normal da pré-pandemia é a Nova Zelândia. O país que deve iniciar a vacinação somente no segundo semestre deste ano é um capítulo à parte na história do novo coronavírus. Com isolamentos rigorosos, controle de acesso à ilha, testagem e auxílio financeiro para a população permanecer em casa, o governo neozelandês conteve a Covid-19 antes mesmo de precisar se preocupar com a aplicação de imunizantes. Porém, é exceção à regra.
O que é certo e reafirmado por especialistas é que na maioria dos locais somente uma campanha célere e efetiva de vacinação possibilitará dias melhores.
Com o maior percentual de vacinas aplicadas na população em um comparativo global, Israel vive uma realidade que cada vez mais se aproxima ao ano de 2019, no pré-pandemia. Conforme um projeto da Universidade de Oxford que mapeia a situação pelo mundo, quase 60% do país está totalmente imunizado, já considerando as duas doses. Após a liberação de hotéis, bares, restaurantes, escolas e eventos esportivos, no último final de semana.
Com um panorama semelhante ao dos Estados Unidos, mas nem tanto, a Índia se tornou o novo epicentro do coronavírus no mundo. O terceiro país com mais vacinas aplicadas é, também, o que puxou o globo para um novo recorde de casos da doença em um dia. Após um período de celebrações religiosas, quando o respeito aos protocolos sanitários se tornou exceção, mais de 330 mil novas infecções foram registradas em 24 horas, na última quinta-feira. Os asiáticos ficam em 13º lugar em percentual de população imunizada.
Além dos dois países no continente asiático, um representante europeu que vem mostrando a força da vacina, aliada às medidas de contenção da Covid-19, é o Reino Unido. Em abril, após três meses de confinamento, a nação voltou a permitir o funcionamento de academias, salões de beleza, lojas, pubs, entre outros, mesmo que com limitações. O fechamento foi determinado no final do último ano, quando os britânicos viram o pico do novo coronavírus se iniciar. O Reino Unido encontrou na vacinação uma luz no fim do túnel.
Brasileiros que vivem nos Emirados Árabes Unidos contam que lá os imunizantes já estão disponíveis para toda a população, sem necessidade de aguardar a distribuição por idades ou grupos prioritários. O país é o segundo colocado no percentual de doses administradas a cada 100 mil habitantes. Com isso, o cenário é de aproximação do antigo normal: reabertura de diferentes tipos de comércios e até a permissão de funcionamento para boates. Por enquanto, a utilização de máscaras.
Desde os primeiros meses de pandemia, um dos maiores exemplos de controle da Covid-19 vem do outro lado do Oceano Pacífico. A Nova Zelândia não havia registrado mortes pela doença e já anunciava lockdown para sua população com cerca de 5 milhões de habitantes, menos do que a metade do Rio Grande do Sul. Porém, as ações restritivas deram certo e hoje os neozelandeses podem sair nas ruas sem máscaras - o uso só segue obrigatório no transporte público, encontrar familiares, amigos e conhecidos.
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