A usina nuclear de Chernobyl foi desconectada da rede elétrica da Ucrânia pelas forças russas, segundo a operadora estatal Ukrenergo, que cuida das centrais nucleares ucranianas. A ação coloca em risco o resfriamento do material nuclear ainda armazenado no local, o que poderia levar ao vazamento de radiação. Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma que a situação está sob controle - por enquanto.
"A única rede elétrica que abastece a central nuclear de Chernobyl e todas as suas instalações nucleares ocupadas pelo Exército russo está danificada", escreveu Kuleba em sua conta no Twitter. "Peço à comunidade internacional que exija urgentemente da Rússia um cessar-fogo e permita que as unidades de reparo restaurem a energia."
Segundo a AIEA, a perda de energia viola um pilar fundamental de segurança para garantir o fornecimento ininterrupto de energia, mas ainda não há impacto crítico na segurança de Chernobyl. A agência disse que fatores como o volume de água de resfriamento eram "suficientes para uma remoção eficaz de calor sem a necessidade de eletricidade".
Na terça-feira, a AIEA perdeu contato com os sistemas de monitoramento que transmitem dados sobre material nuclear da usina de Chernobyl. "A agência está analisando o status dos sistemas de monitoramento de salvaguardas em outros locais da Ucrânia e fornecerá mais informações em breve", disse a AIEA, que usa o termo "salvaguardas" para se referir às medidas técnicas que aplica a materiais e atividades para impedir o desenvolvimento de armas nucleares.
Histórico
No mês passado, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que suas forças assumiram o controle da usina. Chernobyl, então sob o controle da União Soviética, foi o local do maior desastre nuclear da história. Em 1986, explosões e incêndios enviaram uma enorme nuvem radioativa sobre partes da Europa e deixaram o solo contaminado, além de constantes precipitações que continuam perigosas até hoje.
Com agências internacionais