Indiciado por ameaçar atentado em escola é solto
Oito dias após prisão, desembargadora dá habeas corpus e determina avaliação psiquiátrica para jovem do Piauí que causou pânico no Colégio Santa Catarina
A desembargadora Glaucia Dipp Dreher, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, mandou soltar o jovem indiciado por ameaças de atentado contra o Colégio Santa Catarina, em Novo Hamburgo.
A decisão saiu no fim da tarde desta quinta-feira (19), oito dias após a prisão, o jovem de 23 anos, acusado também de enviar fotos de seu órgão genital para meninas da escola, na faixa dos 14 e 15 anos.
Ele nega os crimes. Declarou à reportagem, na semana passada, que é importunado por vozes e vultos.
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"Vítima de bullying", segundo advogados
No pedido de habeas corpus, os advogados ressaltaram que jovem nunca se envolveu em atitude criminosa ou comportamento suspeito. O descreveram como tranquilo, introvertido, aficionado por jogos on-line e vítima de bullying. [Ele] "vai buscar esclarecer todo o ocorrido. Os dias que permaneceu preso foram os mais graves da vida dele. Tudo foi um mal-entendido que se deu num contexto de jogos on-line. Em relação à alegada psicopatia, vai apresentar documentos de que não há essa patologia”, declara Noronha.
Medo pôs formaturas em risco
Natural de Teresina, no Piauí, o suspeito foi morar no bairro Mathias Velho, em Canoas, com a companheira que conheceu há dois anos na Internet. É onde foi preso no último dia 11. O flagrante, convertido em prisão preventiva, tranquilizou pais, alunos e professores do Santa Catarina, que pensavam em cancelar formaturas marcadas para a sexta-feira, 13.
“Vou me revelar na sexta-feira. A turma 92 vai sofrer um pouco”, era uma das postagens ameaçadoras do então desconhecido personagem, com um perfil sombrio, que se gabava que jamais seria descoberto, pois trocava o chip seguidamente.
“O indivíduo tem fortes traços de psicopatia e não descartamos que pudesse cometer uma atrocidade”, disse o delegado da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, que coordenou a investigação. Bruno teria entrado no grupo de WhatsApp dos alunos por meio de amizade feita em jogos on-line. O celular dele foi apreendido.