A cada dia, cresce o número de casos confirmados da Covid-19. Até esta quarta-feira (8), havia 80 casos do novo coronavírus nos Vales do Sinos, Paranhana e Caí, além do litoral norte, sendo 23 deles em Novo Hamburgo – a quarta cidade do Estado com mais registros. Do total de confirmações no Município, dez (43,5%) são de profissionais da área da saúde.
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Na avaliação do coordenador dos exames do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, professor Fernando Spilki, duas situações podem explicar o crescimento.
Spilki compara Novo Hamburgo com a realidade que Porto Alegre tinha em 20 de março. Naquela data, a cidade hamburguense não registrava caso da Covid-19, enquanto que a capital tinha 21. No dia 8 de abril, Porto Alegre contabilizava 279 casos confirmados, com seis mortes, e Novo Hamburgo 23, com dois óbitos.
Spilki, que é presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, destaca que o Município está inserido num contexto regional onde a transmissão do vírus já é comunitária. A Covid-19 tem se manifestado em pessoas que não tiveram contato com ninguém que viajou. "Isso está praticamente estabelecido no Vale dos Sinos que, em população, é parecido com Porto Alegre", pondera.
O diretor da Fundação de Saúde de Novo Hamburgo (FSNH), Ráfaga Fontoura, concorda com a comparação de Spilki.
"Não é momento ainda de relaxar nos cuidados e devemos manter pelo menos o distanciamento social, a boa higiene pessoal e cuidar dos idosos. Também evitar aglomerações", defende.
Os três casos mais recentes confirmados em Novo Hamburgo são de profissionais da área de saúde. A Prefeitura não confirma as funções, mas destaca que todos estão em casa e são monitorados.
Nesta quarta-feira (8), o laboratório da Feevale iria alcançar a marca de 300 exames para Covid-19 realizados desde o dia 29 de março, quando a unidade começou a fazer os testes, com uma média de 50 amostras diárias.
A unidade faz os testes para pacientes graves de amostras encaminhadas pela Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars): Araricá, Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha, Ivoti, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Presidente Lucena, São Leopoldo e Sapiranga, além de Esteio e Rolante.
O resultado fica pronto em até 48 horas. As demais cidades encaminham para o Lacen, onde o resultado demora de cinco e oito dias, também para casos graves.
Como a testagem não é realizada em todas as pessoas que apresentam sintomas da doença, não é possível saber ao certo qual o percentual da população que já foi contaminado.
O governo federal liberou, na semana passada, 500 mil testes rápidos que serão usados exclusivamente em profissionais de saúde e segurança com sintomas. Os testes, que só dão resultados após sete dias do início dos sintomas, devem começar a ser usados na próxima semana.