Os bairros Alpes do Vale e Operário são os únicos que ainda não registraram casos de Covid-19 em Novo Hamburgo. O Município, maior do Vale do Sinos, tem 27 bairros, sendo que Canudos e Centro lideram a lista de locais com o maior número de ocorrências de coronavírus em moradores, com 24 e 16 casos confirmados, respectivamente.
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Ontem, a prefeitura confirmou mais nove casos da doença. Com isso, Novo Hamburgo soma 127 casos da doença. Deste total, 87 pacientes são considerados curados. Outras 656 pessoas com suspeita estão em isolamento domiciliar. Ontem, também foram confirmadas mais duas mortes por Covid-19 no Município. As vítimas foram um homem de 62 anos que residia no bairro Canudos e um morador do Liberdade de 84 anos. Até o momento, 1.232 pessoas foram testadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
Para o secretário municipal de Saúde, Naasom Luciano, o fato de Canudos registrar o maior número de casos (24), na segunda-feira, era esperado por ser justamente o bairro mais populoso, com 70 mil habitantes. "Nosso mapeamento se dá por bairro, mas a estratégia de combate ao vírus é para a cidade toda", destaca Naasom, lembrando que o contágio de qualquer um dos casos confirmados em Novo Hamburgo pode ter ocorrido em bairros diferentes de sua residência.
Ainda durante sua live, a prefeita detalhou mais uma vez a ferramenta ArcGis, plataforma de georreferenciamento utilizada em todo o mundo. É neste ambiente que Novo Hamburgo está registrando todos os casos de Covid-19, inclusive os suspeitos. Ela possibilita o detalhamento de cada caso, com informações demográficas e geográficas que permitem analisar o comportamento e a evolução do coronavírus em todas as partes da cidade.
Pesquisa realizada pela Universidade Feevale em abril deste ano apontava o bairro Canudos como uma das áreas mais suscetíveis a sofrer com a pandemia de coronavírus na cidade - o que se confirmou com os dados divulgados pela prefeitura. No mapeamento, foram considerados a faixa etária dos moradores e aspectos como renda e número de moradores por domicílio. Uma das coordenadoras, a pesquisadora Danielle Paula Martins, ressalta que o estudo levou em consideração questões habitacionais, como ausência de banheiro, ocupações irregulares, falta de água potável nas residências.
"A partir desse cruzamento de dados a gente apontou no mapa bairros que deveriam ser observados." Ela destaca a importância de ações constantes de orientação sobre a importância da prevenção. Os demais bairros apontados no estudo como mais vulneráveis são Primavera, Vila Diehl e Roselândia.
João Figueiredo, pesquisador da Feevale que também integrou o estudo, destacou a importância da ciência para auxiliar as prefeituras a desenvolver políticas públicas. "Esse material foi uma mapa para que as prefeituras de Novo Hamburgo, Campo Bom e São Leopoldo pudessem trabalhar para conter o avanço do coronavírus e achatar a curva da doença."
Ele ressalta que a Covid-19 vai atacar o rico, mas também o pobre, e as regiões com maior vulnerabilidade social serão as mais atingidas. "Há casas em que vivem oito pessoas em quatro metros quadrados. É preciso pensar como conter a disseminação da doença em situações como essa e isso que nosso estudo quis apresentar. Essa pandemia vai mostrar ainda mais a desigualdade social do nosso País."
*Colaborou Micheli Aguiar
Canudos - 24
Centro - 16
Guarani - 9
São Jorge - 9
Mauá - 8
Pátria Nova - 6
Rondônia - 6
Santo Afonso - 6
Hamburgo Velho - 5
Lomba Grande - 5
Boa Saúde - 4
Petrópolis - 4
Rio Branco - 3
São José - 3
Vila Nova - 3
Vila Rosa - 3
Boa Vista - 2
Ideal - 2
Primavera - 2
Roselândia - 2
Diehl - 1
Industrial - 1
Liberdade - 1
Ouro Branco - 1
Rincão - 1
Alpes do Vale - 0
Operário - 0