Em Novo Hamburgo, o impasse entre a Prefeitura e as concessionárias responsáveis pela operação do transporte coletivo municipal permanece. Nesta quarta-feira (17), a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira, participou da sessão da Câmara de Vereadores e esclareceu que as empresas apresentaram nova proposta segunda-feira (15) reivindicando auxílio mensal de 627 mil reais para manutenção do serviço na cidade.
O valor é quatro vezes maior do que o oferecido inicialmente pela Administração, que ficava na casa dos 150 mil reais. “Chegamos num valor que era muito próximo da necessidade de diesel, que era uma solicitação muito frequente das empresas, e ao mesmo tempo tinha um parâmetro para formar argumentos para formular um projeto de lei com justificativas e passar para a aprovação. Esse valor gira em torno de 150 mil a 160 mil reais, dependendo dos usuários”, explica Roberta. Apesar disso, no dia seguinte, as concessionárias recuaram.
A partir disso, o Município voltou a fazer cálculos para encontrar um denominador comum para evitar a paralisação das operações, mas os empresários do setor trouxeram novas estimativas para a Prefeitura. "No período de pandemia a passagem equivaleria ao valor de R$ 7,15 para que ela fosse cobrir (os prejuízos) numa simulação, não que a passagem seja (ou vá para esse valor), mas simulando qual seria. A diferença aproximadamente solicitada por eles é de R$ 627 mil”, complementa a secretária ao reconhecer que esse volume de recursos é praticamente inviável de ser alcançado.
Roberta reconhece que o momento é de “bastante insegurança”, porque a situação ainda não está sacramentada entre as duas partes e a indefinição persiste. “A Procuradoria-Geral do Município (PGM) está elaborando um projeto de lei onde a gente pretende alcançar um valor que se entende que será necessário um valor maior do que R$ 150 mil, não sei se vamos conseguir chegar a R$ 600 mil, então vamos compor qual é o valor mais razoável para enviar à votação na Câmara”, pontua.
Além disso, a secretária detalhou que a redução nos horários está proporcionalmente igual à queda na demanda. Inclusive, cita que a circulação das linhas diminuiu entre 65% e 68% no Município. Por outro lado, o número de passageiros encolheu em torno de 70% desde o início da pandemia. Até por esse fator, ainda é inviável elevar a oferta à população. “É uma situação preocupante, porque por mais que precisamos de mais horários, a gente sabe que ainda boa parte dos carros circulam vazios. Se nós disponibilizarmos muitos horários, inviabiliza a manutenção (do serviço). O mais importante é manter o transporte público. Essa composição, esse equilíbrio, está muito difícil de ser executado.”
Ainda participaram da reunião com os vereadores o diretor de Transportes, Leandro Bortoli, e a procuradora-geral do Município, Fernanda Luft.