Com as portas fechadas em função do avanço da Covid-19, comerciantes do segmento não essencial clamam por flexibilização para que tenham condições de retomar, mesmo que dentro das limitações, atendimentos e movimentar os negócios. Há cinco semanas a região liderada por Novo Hamburgo permanece sob as normas mais restritivas da bandeira vermelha, como impõe o modelo de distanciamento controlado estabelecido pelo governo do Estado. De mãos atadas, já que apenas pode impor uma legislação ainda mais rígida em relação ao que recomenda o Piratini, a Prefeitura tem poucas alternativas senão seguir os protocolos e diretrizes do regramento de alto risco.
Preocupação
A pandemia não tem aproximado o Município apenas do colapso no sistema de saúde. Lojistas relatam dificuldades em manter vivos seus próprios estabelecimentos. "Se perdurar até os primeiros dias de agosto a proibição ao comércio não essencial [de] abrir, vamos ter em torno de 40% das lojas não essenciais sem condições de reabrir. Essa é a nossa preocupação", afirma o presidente do Sindilojas Novo Hamburgo, Remi Scheffler, que concedeu entrevista ao programa Ponto e Contraponto, na Rádio ABC, ontem. Scheffler diz, entretanto, que a consulta ocorreu de modo informal, mas pelos relatos, o clamor é que ocorra a revisão dos protocolos e seguindo as normas sanitárias, se estruture uma retomada. "O comércio não essencial está definhando", sublinha o dirigente lojista.
Além disso, o Sindilojas hamburguense ressalta que não considera o lockdown como uma medida que possa resolver o problema. "O lojista não aguenta mais [ficar] com a loja fechada, ele já está no seu limite psicológico tolerável e mais uma vez eu repito, o lockdown não é a solução", afirma. "O que precisa é um trabalho de conscientização perante a população para que leve a sério o que é mesmo o isolamento social", argumenta.
Nesta sexta-feira (24), a partir das 8h30, uma carreata deve partir da Prefeitura de Novo Hamburgo e ganhar a BR-116 como forma de protesto para reivindicar a flexibilização da atividade comercial não essencial a autoridades locais e estaduais. Os veículos vão trafegar com velocidade reduzida para caracterizar operação tartaruga. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a ação. Segundo organizadores, ainda devem participar lojistas de outras cidades.