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Notícias | Novo Hamburgo Pandemia

Uma rua, dois decretos: regras distintas complicam vendas, reclamam lojistas

Novo Hamburgo e Estância Velha possuem áreas limítrofes e, conforme o lado da rua, normas municipais para estabelecimentos se alteram

Por João Victor Torres
Publicado em: 12.08.2020 às 03:00 Última atualização: 12.08.2020 às 10:02

Rua Rincão faz limite entre Novo Hamburgo e Estância Velha Foto: Inézio Machado/GES
Duas cidades vizinhas, caso de Novo Hamburgo e Estância Velha, possuem normas distintas para o comércio não essencial e restaurantes. Numa das áreas de limite entre os municípios, a Rua Rincão, há diferenças dependendo do lado da via que esteja. Até a Associação dos Municípios enviar e o Estado aprovar o protocolo regional, a situação deve perdurar. Sob território hamburguense, há aspectos mais rígidos e outros com maior flexibilização.

Afinal, a prefeita Fatima Daudt editou decreto antes que o Estado e desde terça-feira da semana passada, lojas e estabelecimentos comerciais estão autorizados a reabrir e podem atender um cliente para cada atendente disponível, sendo que não há limite de dias de funcionamento.

Porém, os restaurantes podem operar com capacidade de até 50% da lotação máxima, enquanto que os protocolos do distanciamento controlado recomendam 25% e somente por cinco dias da semana. Já em Estância Velha, a prefeitura determinou seguir à risca as recomendações da bandeira vermelha, que perdura na região Novo Hamburgo pela oitava semana, e permite atendimento presencial no comércio quatro dias da semana e das 9 às 17 horas. Nos demais estão autorizadas modalidades de pegue e leve ou drive-thru.

Na prática

Estância segue normas da bandeira vermelha, mas Novo Hamburgo modificou regras Foto: Inézio Machado/GES
Especificidades têm causado confusão na população que reside na região limítrofe. "Muitos clientes têm ligado para a loja e perguntado se estamos ou não funcionando", diz a vendedora Gabrieli Weiler, 22 anos, que trabalha numa loja de decoração e artigos para festas no bairro Rincão dos Ilhéus, no município de Estância Velha.

O comerciante José Carlos Kasper, 60, há mais de quatro décadas atua no bairro Rincão, em Novo Hamburgo, e conta que colegas a menos tempo no mercado não enxergam condições de manter seus negócios funcionando. "Isso gera um problema social", pontua o empreendedor, ao se referir sobre os postos de trabalho perdidos. Ao mesmo tempo, recorda que lá no início os estabelecimentos hamburguenses continham normas mais rígidas em comparação com as lojas estancienses. Kasper entende que as regras diferentes para serem obedecidas em duas áreas nas quais as populações se misturam é um complicador.

Nova realidade

Kasper comemora as vendas do Dia dos Pais Foto: Inézio Machado/GES
Para Kasper, que é dono de uma loja de confecções e calçados, o Dia dos Pais veio num momento estratégico para possibilitar um incremento nas vendas. Segundo ele, a data foi um "alívio" para os comerciantes. Além disso, assegura que tem adotado os cuidados necessários para evitar contaminações e entende que as medidas sanitárias são importantes e devem ser respeitadas. Já Gabrieli comenta que se as decorações para festas de grande porte caíram em torno de 70%, vendas menores para aniversários feitos em casa cresceram por conta das restrições e impossibilidade de atividades que resultem em aglomerações.

 

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