A empresária Bárbara (o nome completo é preservado, a pedido da vítima), 27 anos, conta que quase foi vítima de um golpe, por WhatsApp, na última sexta-feira (28). Por meio de um número de chip pré-pago, o estelionatário pegou fotos suas na Internet, colocou nesse perfil falso, se passou por ela e tentou extorquir seus familiares e amigos. "Eles conseguiram meus contatos e começaram a pedir dinheiro para os meus familiares, que perceberam que não era eu e me avisaram. Eles não clonaram meu número, mas conseguiram meus contatos e se passaram por mim utilizando outro número. Inclusive, eles chamavam meus contatos e diziam que eu havia mudado de número e que poderiam falar comigo ali agora", conta.
Como os estelionatários não lograram êxito, Bárbara conta que eles trocaram a sua foto do perfil pela foto de outra pessoa e começaram a se passar por ela. "Eles trocaram de foto do perfil diversas vezes. Algumas pessoas eram do Vale do Sinos, eu conhecia. Outras não. Quem eu conhecia comecei a avisar sobre o golpe, mas, infelizmente, o parente de uma dessas pessoas caiu na fraude e depositou dinheiro na conta dos criminosos", destaca.
Ela diz que registrou boletim de ocorrência na manhã desta segunda-feira (31) e diversas outras pessoas também. "Achei importante divulgar para que outras pessoas não caiam nesse golpe e fiquem atentas quanto a pedidos de dinheiro ou de pagamento de boletos pelo WhatsApp, mesmo que sejam de familiares ou pessoas conhecidas."
O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, delegado Tarcísio Kaltbach, fala sobre os perigos em expor a vida privada nas redes sociais. “As pessoas as vezes colocam seus números nas redes sociais porque perderam um cachorro, documentos, ou para divulgar algum serviço, mas é aí que os criminosos agem. Eles usam aplicativos para montar o perfil da pessoa.”
Segundo Kaltbach, os estelionatários acompanham a movimentação da pessoa na rede social, ou seja, os lugares onde frequenta, onde trabalha, quem são seus amigos, familiares, e vão reunindo fotos e informações para se fazer passar pela vítima. “O criminoso procura saber da vida da vítima para dar credibilidade ao golpe. As redes sociais expõem muito a pessoa e o estelionatário estuda o perfil da vítima até reunir o máximo de informações para então aplicar o golpe.”
Ela destaca que a ocorrência policial deve ser realizada o quanto antes, tanto por quem caiu no golpe, quanto por pessoas que quase foram vítimas. “Tivemos registros recentes de casos como esse na delegacia”, afirma.