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Notícias | Novo Hamburgo Pandemia

Estado tem cinco linhagens diferentes de coronavírus em circulação, aponta pesquisa

Estudo do Feevale em parceria com instituição fluminense também detectou casos de coinfecção por linhagem recém descrita

Publicado em: 26.01.2021 às 15:10 Última atualização: 27.01.2021 às 10:40

Pesquisadores identificaram nova linhagem do coronavírus no Rio Grande do Sul Foto: Alana Hansen/Universidade Feevale
A alta capacidade de o coronavírus sofrer mutação já faz com que ao menos cinco linhagens diferentes do vírus estejam em circulação no Rio Grande do Sul. Uma delas, denominada VUI-NP13L, foi identificada pela primeira vez no Estado em um estudo conduzido pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale em parceria com o Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica, do Rio de Janeiro.

O estudo confirmou ainda a disseminação generalizada da variante E484K na proteína S, que é a mesma mutação do coronavírus identificada no Rio de Janeiro no mês passado. “Isso é preocupante, pois sabe-se que essa mutação pode estar associada a um escape de anticorpos formados contra outras linhagens do vírus. É mais uma evidência que essas novas linhagens podem causar problemas mesmo em pessoas que já tenham uma imunidade prévia contra o Sars-Cov-2”, afirma Fernando Spilki, coordenador do Laboratório da Feevale.

Os estudos realizados com amostras do Rio Grande do Sul geram preocupação devido à possibilidade de dispersão do vírus para outros Estados e países vizinhos da América do Sul. A Região Metropolitana de Porto Alegre concentra o maior número de casos, por isso a análise do genoma ajuda a entender melhor a dinâmica, a estrutura populacional e as cadeias de transmissão locais do vírus.

Os pesquisadores também estão conduzindo experimentos in vitro na nova linhagem encontrada no Estado, incluindo isolamento viral e investigação sobre neutralização ou não por anticorpos presentes no soro de pacientes infectados e recuperados.

Coinfecção com a variante E484K

O estudo também identificou dois casos de infecção simultânea por vírus com genomas distintos em uma mesma pessoa. A chamada coinfecção envolveu a variante E484K que ainda não havia sido descrita até o momento, segundo Spilki. Apesar da coinfecção, os dois pacientes tiveram um quadro de Covid-19 de leve a moderado e se recuperaram sem a necessidade de hospitalização. 

A mistura de genomas de diferentes vírus coinfectando o mesmo indivíduo, a chamada recombinação, é um dos fenômenos que está na base da evolução de coronavírus, explica o pesquisador.  


Como foi feita a pesquisa

Para esses estudos, foram selecionadas 92 amostras de pacientes com faixa etária de 14 a 80 anos de idade, sendo 50% homens e 50% mulheres.

O material genético foi coletado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, que recebe espécimes clínicos de pacientes de 40 municípios do Rio Grande do Sul. 

Posteriormente, as amostras foram enviadas ao Laboratório do Rio de Janeiro para a realização do sequenciamento genético e análises de bioinformática. 


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