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Notícias | Novo Hamburgo Aniversário

Da Lomba a Pedro Adams, de Hamburgo Velho a Canudos: os 4 corações de Novo Hamburgo

Município chega aos 94 anos nesta segunda-feira, 5 de abril; conheça as regiões que colaboraram para o crescimento da cidade

Por Susi Mello
Publicado em: 05.04.2021 às 03:00 Última atualização: 05.04.2021 às 10:33

Vista aérea de Novo Hamburgo Foto: GES

O coração de Novo Hamburgo é maior que se imagina. São quatro grandes corações que identificamos para relembrar a história do Município nestes seus 94 anos de emancipação, comemorados em 5 de abril. Os quatro "Centros" formados pelas Avenidas Pedro Adams Filho - que percorre do Santo Afonso ao Guarani, passando pelo Centro -, e a General Daltro Filho, onde fica o Centro Histórico, em Hamburgo Velho. A Bartolomeu de Gusmão, em Canudos, e a João Aloysio Allgayer, em Lomba Grande, atravessam o bairro mais populoso e o rural da cidade.

Cada via leva o nome de uma personalidade, conforme o livro de Paulo Henrique Kern, "Ruas & Praças Novo Hamburgo - Quem é quem". No Centro, Pedro Adams Filho foi o pioneiro da indústria calçadista do Vale do Sinos, teve participação ativa na campanha emancipacionista e foi presidente da Sociedade Ginástica Novo Hamburgo de 1910 a 1911.

Em Canudos, o padre jesuíta Bartoleu Lourenço de Gusmão (1685-1724), nascido em Santos (SP), notabilizou-se como inventor. Em Hamburgo Velho, Manuel de Cerqueira Daltro Filho (1882-1938) era militar, com formação em Ciências Físicas e Matemática e em Engenharia, fez curso de aperfeiçoamento na França.

Já em Lomba Grande, a principal rua é em homenagem ao hamburguense João Aloysio Allgayer, que foi comerciante e industrialista, e ainda foi juiz de paz e teve participação ativa nas diretorias em entidades como a Sociedade Atiradores.

Nestes centros urbanos, Novo Hamburgo se desenvolveu, com suas peculiaridades e histórias de quem faz parte da comunidade. Das personalidades que dão nomes às ruas a moradores que nelas habitam, o Município, reafirma suas origens e segue pulsante rumo ao centenário.

A história preservada na General Daltro Filho

Adriana Miada Etzberger. Rua General Daltro Filho/ Aniversário de Novo Hamburgo, Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
No começo da década de 1920, a rua que atravessa Hamburgo Velho foi rebaixada em dois metros em uma ousada e polêmica obra de engenharia. As casas situadas na região onde se inicia a história de Novo Hamburgo precisaram ter suas fundações refeitas. À época, a transformação foi defendida como necessária para melhor atender o fluxo ali gerado pelo comércio e pela estação de trem. A Rua General Daltro Filho viu Novo Hamburgo nascer, reúne o Centro Histórico de Hamburgo Velho e faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.

Lá o antigo e o moderno andam lado a lado. "Caminhar por essa rua é visitar o passado", afirma a empresária Adriana Miada Etzberger, 50 anos, que trabalha há 28 anos na loja de móveis da família, localizada em um prédio tombado. "Hamburgo Velho é um bairro diferente, acolhedor, muito bom para se morar e trabalhar", define Adriana.

 

Lomba Grande e sua João Aloysio Allgayer

Lomba Grande Rua João Aloysio Allgayer , Fabiane Andrade Foto: Susi Mello/GES-Especial
O "centrinho" do bairro rural concentra-se na João Aloysio Allgayer. É nela que a paisagem rural mistura-se ao desenvolvimento urbano. O homem da "roça" está presente em diferentes pontos dela, assim como quem não está diretamente envolvido com o ambiente rural.

No tráfego, tratores, como o do agricultor Guilherme Plentz, 25, circulam ao lado de veículos e bicicleta.

A via tem de tudo um pouco, garantindo o abastecimento de que cada um precisa. A borracharia e loja de objetos antigos de José Luiz Paim, 64, é um desses locais, assim como da comerciante Fabiane Andrade, 44, dona de uma ferragem. Ela ainda tem roça de aipim, mas há três anos aposta no comércio, em sociedade com a irmã. Escolheram a rua principal, porque é movimentada. Ali, vendem em torno de 40 chapéus de palha por mês para quem lida com a terra.

 

Em Canudos, a Bartolomeu de Gusmão

Rua Bartolomeu de Gusmão, o "Centro" de Canudos , conforme Márcia Wolek Foto: Susi Mello/GES-Especial
"De ponta a ponta, resolvem-se todos os problemas", resume a operadora de caixa Márcia Wolek, 38 anos, referindo-se à Rua Bartolomeu de Gusmão, onde fica seu local de trabalho. Natural de Dois Irmãos, ela mora desde 2006 no bairro Canudos, o mais populoso do Município. "Chega-se a uma idade que se quer um local maior, quer estar onde existem mais opções. Sempre gostei de lidar com público e aqui é mais aberto por ser uma cidade maior", conta.

Moradora das proximidades do aeroclube, seus últimos dois empregos foram na principal rua do bairro. "A Bartolomeu de Gusmão é o centro do bairro. Tudo gira em torno da 'Bartolomeu', porque é onde estão os maiores comércios, mercados, bancos. Qualquer coisa que queira procurar no bairro, tu vem para a 'Bartolomeu'. Muitas vezes nem precisa se deslocar até o Centro da cidade, porque achamos tudo aqui", arremata a moradora. E é verdade.

 

No coração da cidade, a Pedro Adams Filho

Seu Davi Dorneles de Miranda, 66, o Tio da Pipoca. Aniversário de Novo Hamburgo/ Av. Pedro Adams Filho Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
Ao longo dos seus 7,3 quilômetros, a Pedro Adams Filho percorre a cidade de uma ponta a outra. Mas foi a partir do Centro que a Avenida se expandiu. Foi inaugurada em 1936 pelo prefeito Ângelo Provenzano, homenageando o industrial morto em setembro do ano anterior. Ao longo das décadas, trabalhadores encontraram na "Pedro" seu meio de subsistência. Os olhos do Seu Davi de Miranda, 66 anos, não escondem a admiração pelo local que o ajudou a constituir família e a criar três filhos. Mais conhecido como Tio da Pipoca, há 35 anos ele trabalha no mesmo local, no cruzamento com a Gomes Portinho, com o seu carrinho de pipocas e churros. "Tenho muito orgulho de dizer que vi a Pedro Adams crescer e prosperar. Vi tudo daqui, do coração de Novo Hamburgo", afirma. Conhecido na cidade, ele ganhou, além do sustento, amigos e histórias para contar, deste pedacinho da Avenida que viu crescer.


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