Reforço policial a motoristas de aplicativo é assegurado pela Brigada Militar em Novo Hamburgo

Após um motorista de aplicativo ser baleado na cabeça em Novo Hamburgo, no último domingo (7), trabalhadores da categoria se mobilizaram para pedir mais segurança. Enedir Wust, 48 anos, levou um tiro durante o trabalho, no bairro Jardim Mauá, e foi socorrido em estado grave. O atirador fugiu. A polícia acredita em tentativa de assalto.

Na última segunda-feira (8), o motorista Rafael Nunes ocupou a tribuna, durante sessão da Câmara de Vereadores. "Saímos de casa sem o mínimo de certeza de que voltaremos. É complicado trabalhar com esse sentimento", disse.

Nesta quarta-feira (10), cerca de 20 motoristas de aplicativo foram à Câmara de Vereadores, onde tinham reunião marcada na Comissão de Segurança. Em função dos ataques que causaram diversas mortes no bairro Canudos entre sábado (6) e terça-feira (9), o foco mudou.

"A reunião era para ouvir a comunidade, mas, como vários crimes foram acontecendo e, ontem (terça-feira), o Executivo propôs uma reunião com a força policial, eu resolvi trazer a força policial, para que a população possa falar o que está sentindo na rua", explicou o presidente da comissão, vereador Gustavo Finck (PP). O encontro teve a presença do comandante do 3º Batalhão da BM, tenente-coronel Cilon Freitas da Silva, que apresentou indicadores criminais e falou sobre o trabalho integrado da segurança pública.

Preocupação

Os motoristas reclamam da falta de policiamento nas ruas à noite. Por parte da Brigada e Guarda Municipal. Um deles afirmou que rodou 270 quilômetros durante a noite no último fim de semana e avistou apenas uma viatura.

A principal preocupação da categoria é com os roubos. "Esse tipo de assalto acontece diariamente. São dois, três, quatro que chegam ao nosso conhecimento. O cidadão está tão inseguro que não registra, porque não acredita que isso vá resolver", afirmou Rafael Nunes.

Reforço policial

Durante o encontro, Cilon afirmou que o policiamento foi reforçado na terça-feira (9), com a presença de agentes da Força Tática do 32º Batalhão, com sede em Sapiranga, e das Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicletas (Rocam) do 25º Batalhão, de São Leopoldo.

O comandante disse ainda que há um indicativo de reforço policial do Batalhão de Choque de Caxias do Sul, para fazer frente ao que definiu como "anormalidade criminal".

"Eu não tenho como dizer ainda se isso vai seguir acontecendo, se é fruto de uma disputa de tráfico, ainda não temos essa precisão. Temos indicativos que são próprios das investigação, são hipóteses a serem confirmadas."

Além do reforço no efetivo, Cilon destacou o trabalho da inteligência da BM e da investigação por parte da Polícia Civil. "Essa é a primeira resposta. As ações devem trazer tranquilidade para a comunidade de Canudos e de Novo Hamburgo de maneira geral, e na sequência a resolução dos crimes pela Polícia Civil."

Na próxima quarta-feira (17), a comissão vai convidar representantes da Civil.