Encontro para troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo movimenta tabacaria de Novo Hamburgo

A cada dez ou quinze minutos, mais um cliente chegava e o comerciante Jaime Ferreira era obrigado a dar a mesma triste resposta: não tem mais figurinha e nem álbum. Febre entre jovens e adultos, as figurinhas do álbum da Copa do Mundo 2022 estão escassas no mercado. Em vários pontos do País, comerciantes e colecionadores têm dificuldade de comprar os pacotes e álbuns.

Em Novo Hamburgo, uma tabacaria da região central organiza encontros para trocas de figurinhas aos sábados. Os clientes aproveitam o evento para trocar as repetidas por inéditas e completar o álbum em menor tempo e com menos custo.

Os primeiros colecionadores chegaram em torno das 8 hortas - o encontro estava marcado para as 9 horas. Às 13h, a tabacaria já havia comercializado os pacotinhos que ainda restavam. O evento movimentou centenas de colecionadores ao longo do sábado (3). Para facilitar o escambo, ele imprimiu e distribui tabelas com a relação de figurinhas, onde o colecionador vai marcando as que já possui.

"A loja abriu às oito e já tinha gente para trocar. Arranquei com 400 e poucos pacotinhos e foi tudo. Perdi vendas de figurinhas e de álbuns. Está faltando direto na Panini. Eles não estão dando conta de fabricar. É muita venda", afirma Ferreira, proprietário da Tabacaria Vip, localizada na avenida Pedro Adams Filho. Ele completa a frase e um senhor chega com o neto e o aborda: "Tem o álbum?".

Não tem. E o comerciante acredita que a próxima encomenda só chegue na quinta-feira (8). O cliente pega o contato da tabacaria para garantir o álbum do neto no próximo lote. 

Cada pacote custa R$ 4 e contém cinco cromos. O álbum custa R$ 12 ou R$ 44,90, o modelo de capa dura. Para completá-lo, são 670 figurinhas.

Oportunidade para aprender

Davi Pauletti, de 7 anos, foi com o pai, o comerciante Dilamar Pauletti, 43, para trocar figurinhas. "Consegui trocar bastante. Achei bem legal", diz o menino, que está em seu primeiro álbum.

Dilamar recorda que acompanhou o filho mais velho, hoje com 17 anos, nas coleções dos álbuns das copas de 2010 e 2018. Ele afirma que a competição e as figurinhas despertaram mais interesse no filho pela cultura e geografia dos países participantes.

"As cores das bandeiras, idiomas, continentes, as particularidades de cada país ele aprendeu também através do álbum. A gente interage bastante, o porquê disso, o porquê daquilo. É uma oportunidade para as crianças aprenderem um pouco sobre cultura através do futebol, e para a gente conversar com os filhos, passar um tempo com eles."