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Estudantes usam a pesquisa científica para buscar soluções para desafios diários

Na 26ª Feicit os alunos da Liberato colocam à prova os projetos desenvolvidos ao longo do ano letivo Pesquisa científica busca soluções dos desafios diários

Por Joceline Silveira
Publicado em: 30.09.2022 às 07:00

Transformar o cotidiano das pessoas com necessidades especiais através da pesquisa científica não é mais ficção. A possibilidade de ter aparatos tecnológicos trabalhando junto com o corpo humano na realização de determinadas funções de pacientes paraplégicos foi a motivação do projeto Therapy Walk, um dispositivo de locomoção e simulador de caminhada.

Morgana Moreira  e Milena Andrade Newman apresentam o Therapy Walk
Morgana Moreira e Milena Andrade Newman apresentam o Therapy Walk Foto: Joceline Silveira/GES-Especial


A tecnologia projetada para prevenir e diminuir os sintomas de doenças oriundas da ausência do ortostatismo - capacidade de ficar em pé, na posição ereta do corpo - foi desenvolvida por Milena Andrade Newman, 19, e Morgana Moreira, 20, alunas do curso de mecânica da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo.

O dispositivo é um dos 83 projetos apresentados por 175 estudantes dos cursos técnicos de Química, Mecânica, Eletrotécnica, Eletrônica e Informática para a Internet da instituição, que participam da 26º Feira Interna de Ciência e Tecnologia (Feicit). Dele, serão selecionados 79 trabalhos representantes da escola para a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que ocorrerá em outubro, na Fenac.

Problemas do cotidiano

A maioria dos projetos são para soluções ligadas à acessibilidade e ao meio ambiente e todos de baixo custo. O evento acontece até esta sexta-feira (30), na sede da Liberato. A entrada é gratuita.

"A pesquisa científica pontua as problemáticas do dia a dia, que interferem na vida das pessoas e trazer soluções para esses problemas é o que os alunos estão propondo através de suas pesquisas", pontua Alexandre Paulo da Silva, coordenador da 26º Feicit.

As tecnologias assistivas, ou seja, aquelas criadas para pessoas com necessidades especiais guiaram a pesquisa das alunas Milena Andrade Newman, 19, e Morgana Moreira, 20. Elas queriam desenvolver um equipamento que fugisse das próteses supermodernas, fosse acessível a todos, proporcionasse alívio da dor e evitasse atrofia muscular. "A utilização do Therapy Walk pode evitar dores, má circulação sanguínea e atrofia muscular', explica Milena.

Supervisão

As estudantes frisam que o dispositivo que imita o movimento da "pedalada" foi projetado para ser utilizado com a supervisão de fisioterapeutas durante os atendimentos clínicos. "O sistema funciona através de um manípulo, que transmitirá, através de três roldanas, o movimento para os pedais, realizando o movimento elíptico, para frente e pra trás, semelhante aos aparelhos que encontramos nas academias", detalha Morgana.

O comando enviado pelo manípulo é projetado em uma plataforma de prototipagem eletrônica e os envia, através de componentes eletrônicos, para as rodas do Therapy Walk. "Além de poder locomover-se para frente, o paciente poderá realizar movimentos para os lados", completa a estudante.

Ciência para dar viabilidade a método

Foi com base no impacto ambiental causado pelos derramamentos de óleo que as estudantes do 4º ano do curso de Química, Larissa Garcia Cardoso, Carolina Gonçalves, ambas de 18 anos, e Daniele Pedroso, 20, otimizaram uma técnica existente para remoção do material. O método alternativo de contenção consiste em uma membrana que utiliza o criptomelano, um material poroso que pode atuar em derramamentos de óleos, absorvendo o material e evitando a contaminação do solo.

Feira Interna de Ciência e Tecnologia (Feicit) da Liberato/  Larissa Garcia Cardoso, Carolina Gonçalves e Daniele Pedroso,
Feira Interna de Ciência e Tecnologia (Feicit) da Liberato/ Larissa Garcia Cardoso, Carolina Gonçalves e Daniele Pedroso, Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

"O processo atual de fabricação do material não é aplicado industrialmente, apesar de sua eficiência comprovada na remoção de óleos, pois apresenta um longo tempo de fabricação", argumenta Daniele. Diante disso, foi desenvolvido um novo método de produção, reduzindo dos atuais 192 mil litros de água utilizados na produção de 1 quilo de produto, para 2,5 mil litros, além de diminuir o tempo de 24 horas para 8 horas.

"Com isso, o produto torna-se viável para ser fabricado em escala industrial para o tratamento de efluentes contaminados com óleo, provindos da indústria", observa Carolina. "A membrana não só representa um método de retirada e reutilização dos óleos, mas também uma resposta mais eficiente à proteção dos biomas", completa Larissa.

Para aliviar as dores

Julia e Nathalie pensaram nos portadores de síndrome
Julia e Nathalie pensaram nos portadores de síndrome Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Outro projeto apresentado na Feicit é o dispositivo eletrônico para auxílio no alívio das dores da fibromialgia. Desenvolvido pelas alunas do curso de Eletrônica, Nathalie Gobbo Gross e Julia Boteon de Mattos, ambas de 18 anos, o sistema portátil e de baixo custo, une a massoterapia e a termoterapia em um só dispositivo.

"Ele realiza a massagem, aplicando a massoterapia, através do torque de um motor sobre uma peça, fazendo ela girar. Tudo desenvolvido por uma impressora 3D. Unido a essa função será aplicada a termoterapia com tensão em um fio de resistência (liga níquel-cromo), fazendo com que ele aqueça e que alcance uma temperatura próxima a 60 graus", explica Nathalie.

Com um caso da doença na família, as jovens buscaram alternativas para diminuir os sintomas da doença que atinge 2,5% da população mundial. "Os tratamentos atuais consistem em terapias alternativas, medicamentos e exercícios aeróbicos, mas que geralmente são caros e com diversos efeitos colaterais", afirma Julia.

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