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Família de Novo Hamburgo promove galeto para pagar tratamento de menino de 10 anos

Vivico tem diagnóstico de paralisia cerebral. Ação ocorrerá no dia 27 de maio e cartões já estão disponíveis para compra

Publicado em: 23.04.2023 às 08:00

Um garoto esperto, cheio de vontades e personalidade, são algumas das características do pequeno Marcos Vinicius da Silva Cruz, 10 anos.

Conhecido pelos mais íntimos como Vivico, ele é o filho mais velho de Cássia Morgana da Silva Cruz e Francisco Henrique Ferreira da Silva, e tem diagnóstico de paralisia cerebral e, por isso, o método therasuit, modalidade de tratamento neurointensivo, é a melhor indicação para que o sonho de Vivico se realize: "quero andar sozinho", diz o menino.


Família cria ações para custear tratamento do filho
Família cria ações para custear tratamento do filho Foto: Carla Fogaça/GES-Especial

Segundo Cássia, há uns anos, a família ganhou judicialmente o tratamento therasuit e o Estado e o município de Novo Hamburgo passaram a arcar com as custas do tratamento. Mas, o benefício foi cortado no fim do ano passado.

"Como descobrimos em fevereiro que havia sido cortado ficamos com uma dívida na clínica onde ele frequenta e para podermos pagar a dívida e manter o tratamento, que custa cerca de R$ 3 mil por mês, tivemos a ideia de criar ações", explica a mãe.


Uma das ações foi o Doces do Vivico, onde a Cássia fez doces para vender. Agora, é a vez do Galeto do Vivico que será no dia 27 de maio e o ingresso dá direito a três coxas e sobrecoxas, repolho e pão. Quem quiser garantir o prato que custa 25 reais, pode entrar em contato pelo telefone (51) 99432-6133 ou pelo Instagram @vivico.vini.

"Não podemos desistir das sessões de fisioterapia que ele já faz há muito tempo, ainda mais depois de ter passado pela cirurgia no joelho, em dezembro, ele precisa do método therasuit para reabilitação. Ele frequenta a clínica três vezes na semana e nos dias de ir ele já fica todo animado, inclusive para ver o ‘tio’ Pedro, o fisioterapeuta que o acompanha", destaca Cássia.

Luta judicial continua

Mesmo com as ações criadas pela família para ajudar nos custos do tratamento de Vivico, a luta judicial continua. "Em seguida que ficamos sabendo da suspensão do pagamento, nós fomos até a promotoria para tentar novamente entrar com o processo, porém fomos informados que perdemos em duas instâncias e, agora, o que adianta é entrar com novo processo para pedir o que já perdemos", reforça Cássia.

Sobre o caso, a Prefeitura de Novo Hamburgo, em nota, informou que o Município continua prestando atendimento ao paciente através do Centro Especializado de Reabilitação (CER), sendo a última sessão realizada em fevereiro.

"O Tribunal de Justiça, em uma sentença judicial do dia 23 de novembro de 2022, acatou um recurso do Estado e afastou o dever de fornecer o tratamento específico de fisioterapia Thesuit que era realizado com o paciente, custeada pelo governo do Estado", diz o texto.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) que não quis se manifestar, alegando que informações não são passadas a terceiros.

Há esperança de caminhar

Conforme a mãe, o método aplicado no CER não é tão intensivo como no particular e a frequência das sessões são menores também. "Optamos por manter ele com a reabilitação na clinica", reforça.

O fisioterapeuta neurofuncional Pedro Henrique Carrazzoni Amorim, responsável pelas sessões de Vivico, explica que a fisioterapia em especial a Neurofuncional, onde trata o paciente com transtornos neurológicos, foi e é de extrema importância para o Vivico.

"Ele foi avaliado em 2018 e foi traçado um tratamento/acompanhamento visando sempre otimizar o aprendizado motor e o desenvolvimento da sua participação na comunidade. O Vivico tem possibilidade de marcha assistida por dispositivos auxiliares, como um andador, mas para desenvolver a marcha ele necessita de treinamento específico para a sua condição", acrescenta.

A fisioterapeuta frisa, ainda, que o tratamento de neuropediatria é diferente da abordagem ao adulto, pois a criança precisa aprender a andar, porque não tem memória motora como no caso de um adulto. Cássia afirma que todas as ações realizadas são para continuar proporcionando o melhor tratamento ao menino.

"Ele se comunica bem e sempre fala que quer caminhar, corta o coração da gente saber que ele só não está andando porque pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a cirurgia foi adiada e como ele fez só fim do ano passado, agora vamos lutar pela reabilitação", declara a mãe.

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