Desconfiança de moradores impede andamento de obras da Comusa em Novo Hamburgo
Alguns ficam temerosos com a necessidade de passar dados. Outros chegam a recusar recebimento de servidores
Servidores da Comusa enfrentam dificuldades na coleta de autorizações para prosseguimento de obras no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo.
O desafio enfrentado por eles é a desconfiança e falta de informações de moradores, que chegam a recusar o recebimento dos profissionais nos domicílios. Atitude que vem traz morosidade no serviço, que consiste na retirada das tampas dos esgotos domésticos para ligá-los à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
No momento, a ETE Roselândia atua com 10% da sua capacidade. Para que atinja a sua capacidade total, é necessário que as 1.151 residências do bairro passem pelo processo.
"Todas as casas que estão ligadas à rede têm uma tampa que precisa ser retirada. Por isso é fundamental a conscientização dos moradores em autorizar o procedimento onde a empresa contratada vai entrar, casa por casa, destamponando para que o esgoto comece a ir para a ETE e receba o tratamento adequado", explica o encarregado da equipe socioambiental da Comusa, Gilnei Mello.
Ele frisa ainda que "esse procedimento é necessário para que todos tenham tratamento de esgoto em sua localidade".
Dificuldade
Desde o final de abril, quando os trabalhos nas casas começaram, dos 950 imóveis visitados em 350 os agentes, que estão identificados com uniformes e crachás da Comusa, não foram atendidos. Já entre a população ouvida, uma boa parcela recusou autorizar o trabalho que é feito posteriormente pela empresa terceirizada.
Agente de Relacionamento com o Cliente da Comusa, Monique Campagnoni reforça que as informações obtidas no processo de autorização são totalmente sigilosas. "Os moradores ficam desconfiados quando solicitamos informações como telefone e CPF, temendo que sejam utilizados para algum tipo de golpe. O sigilo é garantido", afirma.
Por outro lado, alguns moradores afirmam que a visita domiciliar antes da execução das obras nas residências traz segurança. "Hoje em dia, com tanto golpe é complicado a gente sair dando número de documento. Mas conversando com eles me senti mais segura em autorizar o trabalho", argumenta a dona de casa Fátima Quevedo.
O que será feito
A obra vai liberar o fluxo de esgoto das residências diretamente para a rede da Comusa, interceptando a tubulação que leva o esgoto da residência até a fossa séptica e interligando na caixa já instalada nas calçadas.
Conforme a autarquia, a alteração basicamente consiste em coletar as águas dos aparelhos sanitários (pias e ralos, por exemplo) e direcionar a uma tubulação que então destinará este fluxo até a caixa de calçada da rede coletora pública que, posteriormente, será destinada à ETE.