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NOVO HAMBURGO: Moradores do bairro Santo Afonso reclamam de demora da Defesa Civil

Durante a manhã, resgate de famílias ilhadas era realizado por pessoas que residem na zona alagada. Prefeitura argumenta que tem dado assistência desde a noite de quinta (15)

Publicado em: 16.06.2023 às 15:32 Última atualização: 16.06.2023 às 15:45

Foi no começo da madrugada desta sexta-feira (16) que as casas vizinhas ao Arroio Gauchinho, nas imediações da Rua Leopoldo Wassen, bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, ficaram alagadas. A partir daí, a madrugada foi se alternando entre momentos de desespero e solidariedade.

A dona de casa Caroline Justino, 26 anos, a 1 hora pegou o filho de 9 anos e saiu de casa para buscar abrigo na residência da mãe, que logo depois teve a cozinha invadida pelas águas. “Tive que deixar tudo para trás. Nunca tinha visto uma enchente como essa”, conta. Caroline reclama que, apesar dos chamados feitos à Defesa Civil, o órgão não teria comparecido na região.

Rua Leopoldo Wassen, bairro Santo Afonso, no final da manhã
Rua Leopoldo Wassen, bairro Santo Afonso, no final da manhã Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Mesma queixa tem a moradora Janine Soares da Silva, 39, que está desempregada. “Minha moto, que ainda nem terminei de pagar, está lá embaixo d’água. Ninguém aparece para ajudar aqui”, disse. Como os pedidos de ajuda eram muitos, o construtor Juliano Davi Schorn, 42, às 3 horas colocou o barco na rua e deu início aos resgates. Por volta das 11 horas, ele ainda resgatou uma família com três crianças que estavam ilhadas no bairro Santo Afonso. “Se a gente não ajuda, o pessoal fica preso, pois não aparece ninguém aqui”, comentou.
Vindo de São Leopoldo, o educador físico Éderson Pinheiro, 40, chegou com seu barco uns minutos antes para socorrer a mãe Clair Dóris Pinheiro, 64. Ela ligou para o filho pedindo socorro, pois estava com mais de um metro de água dentro de casa. “Isso nunca tinha acontecido antes. Ela está apavorada”, relatou Pinheiro.

Já na Rua Bruno Werner Storck, o alagamento, que ultrapassou a marca de um metro de altura, teve início às 22 horas de quinta-feira. Às 10 horas desta sexta-feira (16) a água já havia voltado para o leito do Arroio Pampa, deixando um rastro de lama, sujeira e muitos móveis estragados. Inclusive, antes do meio-dia, os moradores trancaram o acesso à via pela Avenida dos Municípios para que pudessem realizar a limpeza da rua. Neste ponto, a reportagem também ouviu reclamações sobre a falta de auxílio para remoção de famílias, em especial, de uma mulher cadeirante.

Rua Bruno Werner Storck no final da manhã desta sexta (16)
Rua Bruno Werner Storck no final da manhã desta sexta (16) Foto: Débora Ertel/GES-Especial

O que diz a Prefeitura de Novo Hamburgo?

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Novo Hamburgo informa que desde a noite desta quinta-feira (15), a Administração Municipal e a Defesa Civil estão trabalhando, com mais de 100 chamados atendidos.

Segundo a Prefeitura, são utilizados quatro barcos para a remoção de famílias de áreas alagadas, cujos trabalhos se iniciaram antes do amanhecer. O município também colocou carro de som alertando moradores dos bairros Kephas e Diehl para risco de deslizamentos.

Até o momento, Novo Hamburgo informa que há registro de 135 pessoas, sendo 29 famílias desalojadas, que foram acolhidas na Base de Ações Comunitárias Integradas (Baci) Santo Afonso, na Rua Buenos Aires. Outras famílias que chegaram a ser alojadas já retornaram para suas casas, principalmente no bairro Canudos. 

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