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Tempo seco, ruas alagadas: Como foi o domingo pós-ciclone para os moradores do bairro Canudos

Casal de recicladores precisou sair de casa por conta da cheia do rio, mas voltou ao endereço nesta tarde para reencontrar mascote; veja vídeo

Publicado em: 18.06.2023 às 21:32 Última atualização: 18.06.2023 às 21:55

Na casa de parentes desde sábado (17), o casal de recicladores Eliane Veriato, 30 anos, e Nilton Santos, 56, voltou para a Rua Albino Momberger, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na tarde deste domingo (18), para resgatar o cachorro Ciborg.


Enchente no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na tarde de domingo
Enchente no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na tarde de domingo Foto: Igor Müller/GES-Especial

"Eu deixei ele no galpão que era o lugar mais alto, mas os vizinhos disseram que ele fugiu e estava chorando muito", conta Eliane. Para resgatar o mascote, de 5 anos, eles contaram com a ajuda de um barco e com a colaboração dos vizinhos, que foram os responsáveis pelo resgate do animal.

Formada ainda pelas duas filhas do casal, de 3 e 10 anos, a família conseguiu abrigo na casa da mãe de Eliana. Os quatro escaparam da enchente, mas não conseguiram salvar os móveis. "A cozinha foi toda alagada, a água subiu muito rápido, não deu tempo de salvar muita coisa", lamenta.


Eliane Veriato, 30 anos, e Nilton Santos, 56, resgatam o cachorro Ciborg
Eliane Veriato, 30 anos, e Nilton Santos, 56, resgatam o cachorro Ciborg Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial


 De acordo com a Prefeitura de Novo Hamburgo, a cidade tem 351 pessoas desabrigadas em decorrência do ciclone que atingiu o Estado nos últimos dias. Elas estão sendo atendidas em quatro abrigos: na Escola Municipal Martha Wartenberg (104), no bairro Canudos; na Escola Municipal Arnaldo Grin, no bairro Santo Afonso (104); na Base de Ações Comunitárias Integradas (Baci), no Santo Afonso (103); e na Igreja Merivan, em Lomba Grande (40).

A alguns metros de distância do casal Eliane e Nilton, nas esquinas das ruas Ícaro e Tagore, outra família assistia impotente à situação da cheia. Elaine Santos de Oliveira, 53 anos, e Antônio Carlos Krai de Oliveira, 59, estavam acompanhados da filha Roberta, de 15 anos, que vive com o casal.

Os três também não conseguiram salvar móveis e pertences, e buscaram abrigo na casa de familiares. "É ruim ficar na casa de parentes e, só de armário, perdemos três, sem contar a cozinha toda", desabafa Elaine.

Na rua vizinha à da residência do casal, mora a filha Tais Monique Santos de Oliveira, 29 anos, e o marido, Ueliton da Silva, 34. A grande preocupação do casal é com as atividades profissionais, já que Ueliton trabalha com estética automotiva. "Eu tinha sete carros aí dentro, consegui tirar eles, mas ficaram muitas peças, e agora vou ter que ver como indenizar os clientes", relata.


Família Oliveira lamenta perdas pessoais e profissionais devido à cheia do Sinos
Família Oliveira lamenta perdas pessoais e profissionais devido à cheia do Sinos Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Escola abriga moradores atingidos

A Escola Municipal Martha Wartenberg, no bairro Canudos, foi preparada para receber
moradores que tiveram suas casas atingidos pelas cheias. A primeira família a chegar ao local na manhã de domingo (18) foi de moradores da Vila Getúlio Vargas.

Rio dos Sinos sobe e alaga residências do bairro Canudos, em Novo Hamburgo
Rio dos Sinos sobe e alaga residências do bairro Canudos, em Novo Hamburgo Foto: Igor Müller/GES-Especial

A industriária Luciana de Cassia Ribeiro, 43, seu marido, Felipe Josiel da Rosa, e os filhos, Rodrigo e Emanuela Ribeiro da Rosa, 10 e 7 anos, conseguiram sair de casa somente com duas sacolas de roupas. As águas começaram a invadir as residências na Rua Teco Teco na quinta-feira (15) à noite.

Na sexta-feira, a família deixou a escola e voltou para casa, mas, no sábado à noite, precisou se mudar novamente. Desta vez, foram para o endereço de conhecidos na Vila Esmeralda, no mesmo bairro. Só que neste domingo, a casa para onde se mudaram temporariamente também começou a alagar. A alternativa, então, foi partir para a escola outra vez.

"O medo é perder todos os móveis", lamenta a industriária, que buscou a escola para garantir colchão e alimentos.

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