Nova vacina contra dengue começa a ser aplicada em Novo Hamburgo; veja indicações e valores
Fabricada por um laboratório japonês e aprovada pela Anvisa desde março, doses estão disponíveis na rede privada
A nova vacina contra a dengue começa a ser aplicada este mês na rede privada. Fabricada por um laboratório japonês, o Takeda Pharma, o imunizante Qdenga é o segundo a receber o registro no País. Em Novo Hamburgo já é possível garantir a imunização em farmácias e laboratórios de vacinas particulares.
A imunização prevê cerca de 63% de eficácia para doenças sintomáticas de qualquer gravidade e 85% para internação. Pode ser aplicada em pessoas entre quatro a 60 anos de idade.
Conforme explica o farmacêutico Fernando Jardim, as principais diferenças entre a Qdenga e a Dengvaxia, vacina já existente no Brasil, são o número de doses — o novo imunizante prevê duas aplicações, enquanto o outro precisa de três — e a faixa etária de indicação: a aplicação da Dengvaxia é para pessoas com seis a 45 anos que já tiveram dengue, diferente da nova vacina que pode ser aplicada mesmo se a pessoa nunca foi infectada pela doença.
“Como se trata de uma vacina nova, os estudos ainda não concluíram o tempo exato de proteção da Qdenga, mas, até o momento, após esquema vacinal completo o tempo de cobertura pode chegar de quatro a cinco anos. Com a nova vacina, o usuário vai economizar em número de doses e termina a aplicação em 90 dias, com intervalo de três meses entre a primeira dose e a segunda”, salienta Jardim.
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“Vale ressaltar que para tomar a vacina é necessário prescrição médica. Porque toda vacina que o Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza é preciso a prescrição”, explica o farmacêutico.
Quem não pode tomar a vacina?
A vacina, composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença, é contraindicada para pessoas com alergia grave a algum componente da vacina; gestantes; mulheres amamentando; imunodeficiências primárias ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras; e pessoas que vivem com o vírus HIV.
Por que a vacina não é disponibilizada pelo SUS?
O Ministério da Saúde pretende esperar até 2025 pela vacina brasileira contra a dengue. Embora a Qdenga seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde março, o SUS não incorporou a imunização no Calendário Nacional de Vacinação. Fato que fez o Senado, nesta semana, levantar a pauta em defesa da incorporação.
A vacina nacional está sendo produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, desde 2009 e não tem prazo de liberação e utilização, já que ainda não teve a pesquisa concluída.
Para ser disponibilizada pelo SUS, a nova vacina ainda tem de passar pela análise de eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia com base nas melhores evidências científicas disponíveis pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O laboratório Takeda Pharma, que produz a Qdenga, pretende enviar o pedido de avaliação ainda este mês, o que deve demorar de 12 a 18 meses.