Formaturas das primeiras turmas de Medicina e Odonto da Feevale vão reforçar rede de saúde

Os cursos de Medicina e Odontologia da Universidade Feevale realizarão nos dias 22 deste mês e 26 de agosto, respectivamente, a formatura de suas primeiras turmas. Ao todo são 49 acadêmicos, dos quais 19 que irão se formar médicos e 30 em odontologia. Conforme os próprios formandos e coordenadores de cursos, o interesse da maioria é exercer a profissão em municípios da região.

O atendimento a pessoas da comunidade, aliás, faz parte da formação. Em Odontologia, eles tiveram a experiência de atender pacientes de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas clínicas integradas da Feevale.

Já os de Medicina também tiveram atendimentos em UBSs , Unidas de Pronto Atendimento (UPAs), em Estratégia de Saúde da Família (ESFs), clínicas, Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e hospitais de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Ivoti, Parobé, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Porto Alegre.

"A minha ideia é começar a trabalhar. Estou vendo propostas em outras regiões, mas principalmente aqui. Gostei muito da região, até por conhecer o funcionamento do município e das cidades próximas", explica o estudante de Medicina Augusto José Maçalai, 29 anos, natural de Chiapetta, na região Noroeste, e residente em Novo Hamburgo.

Jaqueline Aparecida Prestes de Almeida, 46 anos, aguarda a formatura para registro do exercício regular em Odontologia. Ela deve atuar como generalista em um consultório em Novo Hamburgo. "Nos atendimentos em áreas sensíveis das comunidades, podemos observar a realidade e a necessidade de se ampliar os atendimentos odontológicos prestados a comunidade carente", observa.

"Vários dos nossos alunos, que já estão montando consultórios ou aguardando concurso para a área da saúde pública, irão atuar nas cidades aqui da região e em Novo Hamburgo", comenta a coordenadora do curso de Odontologia, Paula Bohrer.

"O Vale dos Sinos ganha qualidade assistencial em saúde pela fixação de médicos na região em que a universidade está, com médicos formados atendendo a comunidade", declara Pedro Lombardi Beria, que coordena o curso de Medicina.

De pai para filho

Augusto é filho de médico. Seu pai, José Valdir Maçalai, 66 anos, tem 36 anos dedicados à medicina em Chiapetta, cidade gaúcha com uma população de aproximadamente 4 mil pessoas. Ele cresceu acompanhando a profissão do pai.

"Eu via a gratidão nas pessoas por cada ajuda. Isso sempre mexia comigo. Foi lá que despertou o amor pela medicina, que é possível fazer o melhor pelas pessoas, tirar a dor e curar", relata o jovem. O futuro médico elogia o corpo docente, a coordenação do curso na Feevale e pretende continuar estudando para aprimorar conhecimentos.

O formando conta que as práticas em diferentes unidades de saúde foram fundamentais para entender o fluxo de saúde, desde a solicitação de exames, encaminhamentos e o motivo de existir os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como universalização, equidade e integralidade.

"Assim a gente conhece as microáreas, a população, as dificuldades, desafios e isso acaba despertando empatia, porque a gente consegue entender a realidade e dar uma conduta adequada e viável para o paciente, pensando sempre no contexto dele", argumenta.

Unisinos formará 55 médicos

Em São Leopoldo, a coordenadora do curso de Medicina da Unisinos, Cláudia de Salles Stadtlober, reforça que muitos dos formandos, com solenidade em 22 de agosto, devem ficar na região. "Alguns querem fazer residência nos programas da Unisinos", antecipa.

Os estudantes realizaram práticas na rede de saúde de São Leopoldo (Centro Médico Capilé, UPA Scharlau e Hospital Centenário), em Porto Alegre (Hospital de Pronto Socorro e Grupo Hospitalar Conceição), Gravataí (Hospital Dom João Becker), além de unidades de saúde de Porto Alegre e Nova Petrópolis.

Ao todo, serão 55 formandos. "Serão médicos e médicas que atuarão no sistema público e privado", afirma a coordenadora. Ela frisa que o curso, ao longo dos anos, foi desenvolvido em toda rede de saúde de São Leopoldo e região. "Assim, fomos cumprindo o plano pedagógico e preparando profissionais diferenciados", defende.

Cursos estimulam atuação dos alunos na prática

Beria salienta que desde o primeiro semestre os alunos tiveram a experiência da inserção em unidades da saúde. “Durante a pandemia, por exemplo, houve a vinculação de estudantes em unidades para atendimentos em doenças respiratórias e cardíacas”, comenta o coordenador da Medicina da Feevale. Além disso, nos últimos dois anos houve intensa inserção no sistema de saúde, participando inclusive de cirurgias.

Em Odontologia, a atuação dos alunos aumentou a cobertura de atendimentos no setor público. Já o estágio supervisionado ocorreu nos hospitais Municipal (Novo Hamburgo) e Bom Jesus (Taquara). Também houve convênio com o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre.

Busca por conhecimento será constante

Diretora do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Feevale, Caren Mello Guimarães salienta que a formatura é o começo da jornada dos profissionais. “É o início de uma nova fase que exigirá constante conhecimento, responsabilidade e ética profissional”, declara.

No caso da Medicina, salienta que, paralelamente com a formatura, esses alunos estão se preparando para a prova de residência médica, a qual irão realizar dentro da especialidade de escolha. “Na Medicina, os alunos vivenciam a prática com a comunidade desde o primeiro semestre, visto que as componentes curriculares são teórico-práticos. Contudo, é nos estágios dos últimos dois anos que terão a oportunidade de vivenciar a rotina de uma instituição.”