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Notícias | Novo Hamburgo TEATRO

Sucesso gaúcho, peça Terapia de Casal chega a Novo Hamburgo

Comédia aborda a busca de um casal para resolver uma crise matrimonial após uma década de relacionamento; apresentação é nesta sexta-feira (22)

Publicado em: 22.09.2023 às 12:21 Última atualização: 22.09.2023 às 12:32

Uma década de relacionamento vai parar em uma sessão de análise, que, na verdade, é o palco de um teatro, com a plateia assumindo o papel de psicólogo. Essa é a proposta da peça Terapia de Casal, que chega ao Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, nesta sexta-feira (22), às 21 horas. Escrita e dirigida por Juliana Barros, o espetáculo conta a história de Alice e Marcos, um jovem casal que busca no consultório uma forma de retomar a comunicação após dez anos de relacionamento.

Letícia Kleemann e João Petrillo protagonizam a peça, que fala sobre um casal em crise | Jornal NH
Letícia Kleemann e João Petrillo protagonizam a peça, que fala sobre um casal em crise Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Os atores Letícia Kleemann e João Petrillo dão vida aos protagonistas e, com humor, dividem com a plateia os dilemas do casal, que se conheceu ainda na década de 1990 e, na virada do século, passou a enfrentar a crise conjugal.

Para escrever o texto, Juliana buscou inspiração em suas vivências e no que viu acontecer ao seu redor. "Eles estão em terapia no início dos anos 2000 e se lembram de quando se conheceram e começaram a morar juntos", destaca ela, ao explicar o motivo de ambientar a peça nos anos 1990.


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Juliana reflete sobre a diferença para as relações humanas atuais, que são fortemente atravessadas pela tecnologia. "Hoje, o conflito é infinitamente maior, porque ele passa a contar com um terceiro na relação, o celular", resume.

Diferenciais


Autora da peça, Juliana Barros (centro) construiu texto com base em experiências pessoais e de amigos | Jornal NH
Autora da peça, Juliana Barros (centro) construiu texto com base em experiências pessoais e de amigos Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Responsável pelo texto e pela direção, Juliana cobrou dos atores a garantia de que não haveria um vilão na história. "Era muito importante que nesse espetáculo não tivesse o coitadinho, porque, na relação, tem momentos em que a mulher foi escrota e vice-versa. Então, disse para eles: 'Defendam a verdade de vocês'", lembra.

João Petrillo avalia que a boa recepção do público se dá pela temática abordada. "Essa peça tem uma fórmula muito importante que é falar de coisas que, se tu não viveu na pele, conhece alguém que viveu", observa.

Os atores também destacam o fato de que, em Terapia de Casal, a história é contada pelos dois envolvidos. "O legal de ser os dois é que a gente consegue reviver um passado de verdade, que talvez em um monólogo seria só um contar", avalia Letícia.

Humor e reflexão

Terapia de Casal estreou há um ano e já levou mais de 10 mil pessoas aos teatros gaúchos. Em Novo Hamburgo, a peça chega à 30ª apresentação, usando a comédia para abordar temas sensíveis.

"As pessoas não se dão conta de quanto elas pensam e se envolvem em uma situação quando riem", comenta Juliana, que diz ter escolhido usar de humor justamente para que o público pudesse refletir sobre os assuntos e se divertir ao mesmo tempo.

Um dos resultados alcançados por meio da peça é o fato de casais buscarem terapeutas. "Fizemos vários bate papos com psicólogos e tivemos feedbacks deles de casais que estiveram na peça e foram fazer terapia", conta.

Na história, a resistência ao tratamento psicológico aparece nas reações do personagem Marcos, que é quase levado à força para a terapia. A autora da peça avalia que, em um contexto geral, a sociedade parece ter evoluído. "Terapia, hoje em dia, está muito mais incorporada, acho que as pessoas passaram a entender e colocar no seu dia a dia."

Para Juliana, o difícil ainda é quebrar o tabu em relação ao tratamento conjunto, algo que a peça tenta desmistificar. "A gente ainda sente que as pessoas veem, principalmente a terapia de casal, como se fosse o fim", conclui.

Ficha Técnica
  • Texto: Juliana Barros
  • Direção: Juliana Barros e Fernando Ochoa
  • Elenco: Letícia Kleemann e João Petrillo
  • Música tema: Só pro meu prazer - Leoni e Fabiana Kherlakian
  • Trilha sonora original: Fábio Marrone
  • Direção de arte: Diego Steffani
  • Iluminação: Fernando Ochôa
Terapia de Casal – Uma Comédia em Crise!
  • Dia 22 de setembro, sexta-feira, às 21h
  • Teatro Feevale – Câmpus II da Universidade Feevale
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 60 minutos

Ingressos

  • Plateia Baixa - R$ 80,00
  • Plateia Alta - R$ 70,00 *sem taxas

Os ingressos podem ser adquiridos pela internet (clique aqui).

Doze anos do Teatro Feevale

A chegada de Terapia de Casal a Novo Hamburgo também encerra um ciclo de comemorações. Na última quarta-feira (20), o Teatro da Feevale completou 12 anos. Inaugurado em 2011, o espaço já recebeu mais de um milhão de espectadores em cerca de mil eventos.

Pensado originalmente para atender as turmas de formandos da universidade, a proposta mudou ainda no projeto, como lembra a coordenadora do Teatro Feevale, Patricia Scossi. "O teatro nasceu para atender a formatura, mas o projeto acabou se ampliando para um equipamento cultural referência."

Coordenadora do Teatro Feevale, Patricia Scossi diz que ainda é um desafio atrair o público para as peças teatrais | Jornal NH
Coordenadora do Teatro Feevale, Patricia Scossi diz que ainda é um desafio atrair o público para as peças teatrais Foto: Lu Freitas/Divulgação

Essa mudança de rumo é um dos pontos comemorados pela classe artística gaúcha. Patricia destaca que a preocupação em ser um espaço democrático está nas diretrizes da direção do local. "O teatro não é só para coisas grandes, já fizemos eventos muito incríveis que às vezes tem mil, 500 pessoas, que é um excelente público. O número de pessoas não confere a qualidade do evento."

Nesta mais de de uma década de existência, o palco recebeu grandes espetáculos, tanto locais como nacionais e internacionais. Patricia cita como exemplo a última edição do Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusik), evento realizado em julho que chegou a reunir cerca de 300 músicos no palco. "O palco pode comportar a grandiosidade da orquestra, com coro de vozes e reunindo esse número de artistas."

Conforme a coordenadora do espaço, o que mais tem atraído o público ao teatro neste ano são as palestras e as apresentações de comédia no formato stand up. O show do comediante Afonso Padilha, em 9 de setembro, e a realização do Feevale Summit, entre os dias 14 e 15 do mês, são os exemplos mais recentes.

O grande desafio tem sido formar público para outras atividades, especialmente o teatro. "O que a gente percebe, é que a oferta de programação às vezes é muito grande, a oferta é maior que a demanda", avalia Patricia.

Outra preocupação, finaliza a coordenadora, é disponibilizar o espaço a artistas da região. Por isso, há desconto na locação do teatro para quem produz arte nos vales do Sinos, Caí e Paranhana.

Eduardo Amaral

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Eduardo Amaral

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