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Perdas em lavouras e queimadas: seca histórica atinge a América do Sul

Muitas das áreas afetadas enfrentaram um alto número de queimadas este ano

Publicado em: 10.11.2020 às 19:56 Última atualização: 10.11.2020 às 19:59

Seca atingiu a América do Sul Foto: Inézio Machado/GES
A América do Sul experimenta uma das maiores secas em décadas. De acordo com a NASA, sinais da seca começaram a aparecer em observações de gravimetria de satélite no Sudeste do Brasil em meados de 2018 e se espalharam por partes do Paraguai, Bolívia e do Norte da Argentina em 2020. As informações são da MetSul Metereologia. 

“Esta é a segunda seca mais intensa na América do Sul desde 2002”, disse Matthew Rodell, hidrólogo do Goddard Space Flight Center da NASA. “O cálculo é baseado na extensão, duração e volume de água perdida durante a seca, conforme medições pelos satélites GRACE e GRACE-FO. “Uma seca no Leste do Brasil e na Venezuela entre 2015 e 2016 foi a única seca mais intensa registrada”. Paradoxalmente, entre 2015 e 2016, com o Super El Niño, o Centro da Argentina e o Uruguai assim como o Sul do Brasil tiveram excessos de chuva entre 2015 e 2016 com o Super El Niño.

O longo período de tempo seco no centro e no sul da América do Sul teve consequências generalizadas. Muitas das áreas afetadas enfrentaram um alto número de queimadas.

As safras de milho no inverno têm sofrido baixos rendimentos e a chegada tardia das chuvas da primavera atrasou novos plantios de soja. Em rios importantes, a falta de água tem dificultado o transporte. Vários navios encalharam e muitos navios tiveram que reduzir sua carga para navegar de e para os portos fluviais do interior.

Antes da temporada de incêndios, Yang Chen, da Universidade da Califórnia em Irvine, previu um clima seco e favorável ao fogo no Sudeste da Amazônia com base nas temperaturas excepcionalmente altas do oceano Atlântico tropical.

Esses períodos de temperaturas quentes de água são parte do que os climatologistas chamam de Oscilação Multidecadal do Atlântico, e tendem a mudar os padrões climáticos de uma maneira que empurra um cinturão de chuva importante nos trópicos para o Norte.

“Mais ao Sul, no Paraguai, Uruguai e Norte da Argentina, você entra em uma região extratropical onde a sensibilidade à seca é bem diferente”, explicou Chen. “Na América do Sul extratropical, as baixas temperaturas da superfície do mar no Pacífico tropical estão mais associadas às secas”.

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