Em dia de recordes na pandemia, governo anuncia plano de vacinas
Ministro diz que governo aguarda laboratórios pedirem registro na Anvisa dos imunizantes e apresenta plano de aplicação ainda sem data, mas faz estimativa para meados de fevereiro
Ontem o governo federal lançou o novo plano nacional de imunização contra a Covid-19, ainda sem data, embora o ministro da Saúde tenha estimado o início da vacinação para fevereiro. O anúncio, que já estava marcado, acabou coincidindo com recordes no avanço do coronavírus. O Brasil teve ontem seu recorde diário de novos casos na pandemia, com 70.574 infecções. E foram 936 mortes na quarta, acima de 900 pelo segundo dia, recorde desde setembro. O País tem 7 milhões de casos. No RS houve recorde de mortes.
O Ministério da Saúde afirma já negociar cerca de 350 milhões de doses de imunizantes para 2021, sendo que a imunização deve exigir duas aplicações em cada pessoa. No evento de lançamento do Plano, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom conciliatório: "Se algum de nós extrapolou, ou exagerou, foi no afã de buscar solução", afirmou.
Na nova versão do plano apresentada nesta quarta-feira, o governo informa que está negociando também a compra da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan.
Oxford e Pfizer antes
O plano mantém quatro fases de vacinação de grupos prioritários, sendo que as três primeiras devem imunizar 49,65 milhões de pessoas. Nessa etapa inicial, a ideia é usar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será fabricada pela Fiocruz, além de aplicar a vacina da Pfizer em profissionais de saúde de capitais e regiões metropolitanas que atuaram na pandemia.
A ideia é receber 2 milhões de doses da Pfizer no primeiro trimestre de 2021. O governo também volta a considerar a população carcerária como grupo prioritário.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estima o início da imunização em "meados de fevereiro". Ele considerou que os dois laboratórios nacionais envolvidos, a Fiocruz e o Instituto Butantan, devem apresentar ainda em dezembro dados finais de pesquisa e pedir o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). (AE)