O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informou na segunda-feira (14) que já enviou respostas para as Forças Armadas sobre dúvidas apresentadas sobre as urnas eletrônicas. Segundo o tribunal, foram 80 questões de natureza técnica, "sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades", para compreender o funcionamento do sistema de votação."As questões foram respondidas detalhadamente pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE em um documento com 69 páginas e três anexos, somando pouco mais de 700 páginas", afirma o TSE. A íntegra do documento não foi divulgada por estar sob sigilo a pedido dos autores das perguntas.
As perguntas foram apresentadas pelas Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE) durante o recesso de fim de ano. Como mostrou o Estadão, o Exército fez questionamentos ao TSE sobre o funcionamento e a cadeia de custódia das urnas eletrônicas, para tentar subsidiar com melhorias de segurança.
A natureza técnica das questões contradiz o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo quem as Forças Armadas teriam encontrado "dezenas de vulnerabilidades" no sistema de votação. "Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio", disse o mandatário em live na última quinta-feira (10).
Segundo o TSE, as respostas começaram a ser elaboradas após um "breve" intervalo porque as perguntas foram protocoladas próximo ao recesso, "quando os profissionais das áreas técnicas fazem uma pausa".