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Notícias | País FACILIDADE FINANCEIRA

Em dois anos, Pix movimentou quase R$ 13 trilhões no País

A operação, que se tornou popular, é cada vez mais usada por pessoa física e em diversos tipos de negócios

Por Juliana Dias Nunes
Publicado em: 26.11.2022 às 10:43

 Nos últimos dois anos, uma frase tem sido muito ouvida e falada pelos brasileiros: “Tem Pix?”. A operação financeira, que completou dois anos em novembro, caiu no  gosto popular e o uso tem crescido de forma exponencial. Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base nos dados do Banco Central, de 16 de novembro de 2020, data em que começou a funcionar no País, até 30 de setembro deste ano, foram 26 bilhões de transações feitas no sistema financeiro nacional, com valores atingindo R$ 12,9 trilhões. Segundo o presidente da Febraban, Isaac Sidney, nos últimos 12 meses houve um aumento de 94% das operações financeiras com a ferramenta.

Vendedor fez cartaz para anunciar que aceita Pix
Vendedor fez cartaz para anunciar que aceita Pix Foto: Divulgação
O Pix é utilizado tanto em transações pessoais quanto de diferentes segmentos da economia, como setores de comércio e serviços. A economista-chefe da (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS) Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, lembra que a modalidade é mais utilizada no Brasil de pessoa para pessoa, depois de empresa para empresa, seguido de empresa para pessoa e só então de pessoa para empresa.

“O movimento de transações é maior entre pessoas físicas. Se tem um churrasco e querem rachar, o que fazer? Tem o Pix. Se quer enviar dinheiro para a mãe, também pode ser por Pix. Antes se fazia TED (Transferência Eletrônica Disponível) e tinha o custo, a demora. E vemos uma série de pessoas que têm pequenos negócios vinculadas ao seu CPF. É uma inclusão digital que fazemos e também uma inclusão bancária”, destaca Patrícia.

Bom para os negócios 

Na rede de academias Arena, de Novo Hamburgo, metade dos clientes paga o plano por Pix. Como a empresária Carolina Dellagustin, 35 anos, que utiliza os serviços da unidade de Hamburgo Velho. “Sempre pago a academia com o Pix e uso para tudo, é muito mais prático. É só ler o QR code e está feito. Eu quase não uso mais o cartão.” 


O dono da rede de academias, Ademir Dellabeta, conta que o pagamento por esta operação é aceito pela empresa desde que ficou disponível. “É uma  modalidade muito importante. Ela traz agilidade e veio para facilitar, afinal, o cliente não precisa estar com a carteira, entra na hora e não tem cobrança de taxa. Na minha vida pessoal eu também uso, acredito que tenha sido também uma forma de evitarmos o uso do cartão de crédito e os parcelamentos.”

O Pix é utilizado também pelos pequenos empreendedores, como os ambulantes. Na área central de Novo Hamburgo, por exemplo, grande parte dos vendedores aceita. Marcelo, de 34 anos, que prefere não informar o sobrenome, trabalha vendendo frutas, como morangos e pêssegos. Ele até fez um cartaz e cartões de visita para informar que lida com a modalidade. “O cartão com número do Pix foi ideia de uma cliente e me ajuda bastante. Vejo algumas pessoas com receio de pagar assim, mas a maioria confia e usa. Eu também uso bastante, pago contas, compro as coisas.” 

 

Números do Pix no Brasil

No primeiro mês de funcionamento, o Pix superou as operações feitas com DOC (Documento de Crédito). Em janeiro de 2021, passou as transações com TED. Em março do mesmo ano, já se posicionou à frente do número de transações feitas com boletos. No mês seguinte (maio), o Pix ultrapassou a soma de todos eles.

Desde o lançamento do Pix, já são 523,2 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais do Banco Central. As chaves aleatórias somam 213,9
milhões, seguida das chaves por CPF (114,2 milhões), celular (108,3 milhões), e-mail (77,5
milhões).

Até outubro deste ano, 141,4 milhões de brasileiros já tinham usado o Pix em seus pagamentos.

É seguro?

Quem ainda não usa o Pix costuma dizer que é por medo de não ser seguro. O Banco Central
afirma que todas as transações ocorrem por meio de mensagens assinadas digitalmente e
que trafegam de forma criptografada, em uma rede protegida. “Uma boa forma de controle é ter
configurado no celular o mecanismo de mensagem automática, toda vez que entra o Pix, é avisado”, comenta Patrícia.

Vão cobrar taxa?

Uma das principais vantagens do Pix é que não há cobrança de taxa. No entanto, sempre há
aquele questionamento: “Será que o Pix será cobrado?”. Para Patrícia Palermo, não. Ela explica que esta operação ocorre dentro da estrutura do Banco Central e que já é cobrada uma taxa das instituições financeiras.

“Esse custo é muito baixo. As instituições entenderam que vale a pena oferecer esta alternativa sem custo. Os bancos ganham com o Pix à medida que as pessoas deixam mais dinheiro nas contas. Não vejo uma discussão que sustente a ideia de uma cobrança no Pix”, avalia a economista-chefe da Fecomércio-RS.

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