Anderson Torres deixa Batalhão da PM em Brasília após quase 4 meses de prisão
Ex-ministro da Justiça terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá ter redes sociais, tampouco se comunicar com qualquer investigado pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro
Na tarde de quinta-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a liberdade provisória de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Horas depois da determinação, Torres deixou o 19º Batalhão da Polícia Militar em Brasília, onde estava preso desde 14 de janeiro. Ele voltou para sua residência na capital federal.
Com tornozeleira e sem redes sociais
Como condição para ficar em liberdade, Torres terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá ter redes sociais, tampouco se comunicar com qualquer investigado no Supremo pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram atacadas.
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Um dos entraves que dificultaram a liberdade de Torres foi a resistência dele em fornecer as senhas para acesso ao seu celular, apreendido logo após sua prisão. Embora esse não tenha sido o argumento da manutenção da preventiva, a questão foi pontuada por Moraes em uma das decisões em que negou pedido de liberdade feito pelos advogados do ex-secretário.
A defesa de Torres fez vários pedidos de soltura nos últimos quatro meses, alegando desde questões processuais até problemas de saúde do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares que o visitaram no último fim de semana afirmaram que Torres "chorava o tempo todo" e estava bastante debilitado.
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal é investigado no inquérito que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e há suspeita de omissão e conivência com os radicais. Na ocasião, ele estava nos Estados Unidos e voltou ao Brasil para se entregar à Justiça.