Por Débora Ertel
Depois de três meses da enxurrada de 125 milímetros que atingiu Novo Hamburgo entre os dias 8 e 9 de março, a população recebeu nesta quarta-feira (12) uma boa notícia. O trânsito na Avenida 7 de Setembro, uma das principais vias do Município, foi liberado totalmente no final da manhã de quarta. A abertura da via entre as avenidas Pedro Adams Filho e 1.º de Março foi acompanhada pela prefeita Fatima Daudt e o secretário de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, Raizer Ferreira. "Essa era uma obra importante para a cidade e terminamos antes do prazo estipulado, que era de 120 dias", comemorou Fatima. Os trabalhos no local haviam começado no dia 4 de abril, após realização do projeto e montagem da estrutura de concreto utilizada para reconstruir a ponte. Também foi concluído o conserto do buraco da Rua Chapecó, bairro São José.
Foram realizados trabalhos de limpeza no Arroio Luiz Rau, mas a draga ainda não chegou para concluir o serviço iniciado pela Prefeitura. No Colégio Estadual Wolfram Metzler, uma tela improvisada continua no lugar do muro que caiu. A novidade fica por conta da obra de drenagem da Rua 3 de Outubro, realizada pela iniciativa privada, mas que vai colaborar no escoamento das águas da chuva daquela região. Sobre os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para os atingidos pelas águas, a Defesa Civil informou que está em fase final de liberação junto à Caixa Federal.
Por enquanto, a máquina utilizada é a mesma que carrega os caminhões no Ecoponto e, por conta disso, o equipamento é revezado entre as duas atividades. A intenção é seguir com o serviço de limpeza em direção ao Rio dos Sinos, preparando o espaço para um melhor trabalho da draga do Estado.
Embora o trânsito da Sete de Setembro tenha sido liberado, ontem os operários ainda trabalhavam em pequenos reparos na parte debaixo da ponte. O leito do arroio era preenchido com tachões, de modo a organizar o fluxo de água. Conforme a prefeita, a Administração Municipal tem consciência de que a obra trouxe transtornos para a população e o comércio. No entanto, ela salienta que era preciso fazer uma melhoria definitiva para evitar que o problema se repetisse. "Não adiantava fazer uma 'meia sola'. Fizemos uma obra correta e, por isso, demorou mais. Também sabemos que essa não é a única obra que a cidade precisa", salientou.
Com o assoreamento provocado pela chuvarada no Arroio Luiz Rau, uma cratera se abriu na Avenida Sete de Setembro, bloqueando o trânsito. A Prefeitura decidiu fazer uma obra que ampliasse a capacidade de vazão do arroio, pondo fim aos alagamentos na área. Foi instalado um extravasor, construído com galerias de dois metros de altura, um metro de comprimento e três metros de largura, em uma obra orçada em R$ 500 mil de recursos próprios.
Ocorre que na Rua 3 de Outubro, próximo ao Foro, existe um terreno utilizado como bacia de contenção, ou seja, um espaço onde a água da chuva fica retida por um tempo. Para que um novo empreendimento seja instalado na região, colocando fim ao problema de alagamentos que costumam atingir as garagens de edifícios próximos, foi instalada uma tubulação de 1,5 metro de diâmetro. Conforme o secretário, a vazão dos canos será suficiente para resolver o problema.
Daqui a duas semanas, Fatima deverá conversar novamente com a direção do Grupo Iguatemi sobre o assunto. "Se eles me responderem que precisam de mais tempo, vamos partir para outras medidas, pois precisamos trabalhar na resiliência da cidade", disse. A prefeita lembra que em Novo Hamburgo, por conta da topografia, as águas dos arroios escoam rapidamente.