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Pouco frio e muita chuva são esperados neste inverno

Prognósticos indicam inverno menos rigoroso, mas com chuva

Por Juliana Nunes

O inverno começa às 12h54 desta sexta-feira (21). E para quem curte o frio intenso, a estação não deve ser comemorada. Ao que tudo indica aqueles casacões e cobertas mais pesadas não devem ser usados este ano, já que o frio não deve ser muito rigoroso. De acordo com a MetSul Meteorologia, o inverno vai apresentar muitos dias amenos e quentes, intercalados com episódios pontuais de frio mais intenso. Exemplo é esta sexta-feira, que deve ter temperatura de 22 graus à tarde. E assim como o outono, que teve o maio mais chuvoso dos últimos 35 anos, o inverno deve contar com chuva acima da média.

Ainda conforme a MetSul, o clima este ano estará sob um quadro limite entre El Niño fraco e neutralidade no Oceano Pacífico. Na prática, isso significa que o aquecimento se concentra na parte central do Oceano, fazendo com que o impacto do fenômeno oceânico-atmosférico seja menor no Sul do País. E a transição de períodos amenos ou quentes para frios pode se dar bruscamente com alto risco de tempo severo na forma de temporais com vento forte e granizo.

 

Outono chuvoso

O outono termina sem um dia sequer de temperatura negativa no Rio Grande do Sul, fato inédito desde que a MetSul começou a fazer este tipo de levantamento em 2015. O quadro de frio intenso deve mudar com a chegada do inverno, quando são esperadas massas de ar polar de maior intensidade. A primeira onda de frio do ano ocorreu no final de maio, quando as temperaturas não passaram dos 17 graus. Mas as baixas temperaturas não demoraram muito. No último final de semana a temperatura passou dos 30 graus na região e foi chamada de "veranico de outono". E o que chamou a atenção no mês de maio foi o acumulado de chuva. Foi o maio mais chuvoso dos últimos 35 anos com 245,1 milímetros, perdendo apenas para o mesmo mês de 1984, que teve 268,6 milímetros. O maio de 2019 foi também o quarto mais chuvoso desde 1917.


Risco de temporais

Agosto e setembro, quando se espera maior incidência de ar quente, tendem a ser os meses de maior risco de temporais. Segundo a MetSul, são meses que historicamente marcam um aumento na frequência de tempestades com granizo e vendavais. As temperaturas mais baixas da nova estação devem ser sentidas em julho. A MetSul prevê pelo menos duas incursões polares que devem ser fortes em julho, uma já no começo do mês e outra provavelmente no final. Já a alternância de calor e frio será maior entre os meses de agosto e setembro, o que pode levar também a tempestades severas.

 

Para aquecer o comércio, só o frio

É PRECISO SE ADAPTAR: Genessi mudou até a escolha do guarda-roupa em função da previsão do tempo Quem não está gostando nada das temperaturas mais altas e da possibilidade de um inverno ameno é o comércio. Os lojistas que se preparam com vários itens como botas, cobertores e casacos já estão vendo de perto a queda nas vendas. Em uma loja de departamento no Centro de Novo Hamburgo, a venda de itens de inverno está em queda. "Acredito que todos os setores estão passando por esta dificuldade. Já começamos a liquidação de botas, jaquetas e artigos de lã e tricô, devido à falta de frio. E também estamos investindo em itens de meia-estação. Em 2018, tivemos calor intenso até maio, mas depois veio o período de frio. Este ano, como não se tem esta expectativa de inverno rigoroso, será mais difícil. Precisamos do frio para vender", explica o gerente Joel da Silva.

A auxiliar administrativa Genessi Dietrich, 34 anos, está entre as consumidoras que aposta em roupas mais leves. Com as temperaturas mais agradáveis e possibilidade da volta do calor no final de semana, ela estava em busca de camisas e blusas. "Eu cheguei a comprar casacos neste outono, mas não grossos. Vi que a previsão é que o domingo seja de calor de novo então vou apostar em blusa mais leve. Ano passado eu comprei botas, mas este ano estou preferindo sapatilhas e calçados mais abertos", conta Genessi, que torcia por um inverno mais intenso. "Eu prefiro frio. Me sinto mais disposta", diz.

Para a administradora aposentada Solange Santos, 58, a incidência de temperaturas mais elevadas deve ser comemorada, mas ela teme pela alternância entre calor e frio. "No outono já foi bem complicada esta alternância. Temos que preparar a saúde", comenta Solange, que também não pretende gastar em artigos de inverno. "Já tenho roupa de frio o suficiente. Estou fazendo uma reciclagem do que não uso e quem sabe ajudo também outras pessoas", destaca.

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