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Notícias | Região Sem pistas

Foragido, advogado da Unick 'estaria pensando' em se entregar à Polícia Federal

PF afirmava que os dez mandados de prisão tinham sido cumpridos, mas, na noite de segunda, admitiu que diretor jurídico não foi localizado

Por Silvio Milani
Publicado em: 23.10.2019 às 12:00 Última atualização: 23.10.2019 às 12:10

Fernando Marques Lusvarghi, 33 anos Foto: Divulgação
Peça-chave nas transações da Unick Sociedade de Investimentos, o advogado Fernando Marques Lusvarghi, 33 anos, era dado como preso pela Polícia Federal. Na quinta-feira passada, quando deflagrou a Operação Lamanai contra a empresa acusada de fraudes na ordem de R$ 9 bilhões, o delegado de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, Aldronei Rodrigues, afirmou que dez mandados de prisão haviam sido cumpridos. Mas, nas redes sociais e com pessoas próximas, a reportagem apurou que um suspeito não foi localizado. Questionada ainda na semana passada, a PF só admitiu na noite de segunda que apenas nove foram capturados. Lusvarghi está foragido.

O advogado cumpre papel estratégico no esquema. Além de diretor jurídico da Unick, é dono da garantidora da empresa, a SA Capital, que oferece um loteamento tomado por posseiros em Cristalina, no interior de Goiás, como "seguro" aos milhares de investidores, conforme revelado pelo Jornal NH quatro dias antes das prisões. A função é conflitante. Como procurador da operadora de investimentos, ele vai mover ação contra a fiadora da qual é proprietário para que honre com as garantias? Conseguiria ocupar o papel de autor da ação e réu ao mesmo tempo?

Não está na lista da Interpol

Natural de Bragança Paulista, onde fica a SA Capital, Lusvarghi não era visto na sede da Unick, em São Leopoldo, há pelo menos duas semanas. A PF não tem pistas do paradeiro, que pode ser até o exterior, mas ele ainda não está na lista de procurados da Interpol. Pessoas próximas ao advogado comentam, nas redes socais, que ele pensa em se apresentar à PF.

 

Amizade no "núcleo de comando"

O advogado paulista se dizia amigo do presidente da Unick, o caxiense Leidimar Bernardo Lopes, 39, e do diretor de Marketing, o sapiranguense Danter Navar da Silva, 23. Os três e outros sete formam o “núcleo de comando” da empresa criada em Novo Hamburgo, conforme definiu o delegado Aldronei Rodrigues. O único foragido do grupo também afirmava que a Unick agia dentro da lei, a despeito das determinações da Comissão de valores Mobiliários (CVM), reguladora do governo no mercado de capitais, que a proibia de atuar com investimentos. “Boa tarde, família Unick. A gente prova que é de longe o investimento mais eficiente e eficaz que tem no mercado, porque não é conhecida empresa que saiu de 300 clientes e chegou a mais de 1,5 milhão de vendas”, exaltou Lusvarghi numa palestra, no ano passado, sob aplausos efusivos da plateia. Segundo ele, a empresa já atuava em 86 países.

 

Suspeitos ainda são ouvidos

As dez prisões temporárias, entre elas a do diretor jurídico foragido, foram renovadas por mais cinco dias pela Justiça Federal na segunda-feira.

 

Empresas emitem notas

A SA Capital diz que é apenas uma prestadora de serviços à Unick e que está colaborando com as investigações, enquanto aUnick, também em comunicado, frisa que "a empresa reafirma o compromisso com seus clientes e acredita na Justiça e no esclarecimento dos fatos”.

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