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Notícias | Região Tragédia

Depois da morte em campo de futebol, time de amigos vai parar de jogar por um tempo

A perda de Valdenir Massaia, 27 anos, atingido por um raio na manhã de domingo faz o criador do Rosário Central refletir sobre a continuidade dos jogos aos domingos

Por Eduardo Torres
Publicado em: 28.10.2019 às 14:16 Última atualização: 28.10.2019 às 15:26

Massaia havia começado a participar do time neste ano Foto: Arquivo Pessoal
Desde o convite para participar dos jogos do Rosário Central aos domingos pela manhã, Valdenir Massaia, ou só Massaia, de 27 anos, passou a formar com o amigo Pakito, de 33, uma dupla de zaga consistente.
"A gente costumava dizer que com a nossa dupla não tinha jogo bonito, tinha jogo para ganhar", conta Tiago Cavalheiro, o Pakito.

Massaia chegou neste ano ao time criado em 2009 por amigos da região da Vila Central e arredores. O zagueiro, ou melhor, o operador de máquinas que, aos domingos, encarava os campos da várzea, não era dessa turma. Foi incorporado, a convite do Pakito, que o conheceu na fábrica da Prometeon. E como bem define, Massaia "entrou logo no espírito do time".

Depois da tragédia em campo, com a morte de Massaia atingido por um raio, Felipe Sabino, o Ceará, de 33 anos, criador do Rosário Central, ainda não sabe que destino do time, que fazia planos para futuramente entrar no municipal de amadores.

"Vamos parar por um tempo, isso é certo, em respeito a ele. Mas eu, realmente, não sei se vamos dar sequência no time, porque fazemos isso é para a alegria de todos, para nos reunirmos aos domingos e, de repente, fomos abatidos por uma tragédia dessas. O que aconteceu foi horrível", lembra Sabino.

Era apenas a segunda vez que o time jogava no campo do Oriçó. E pela segunda vez fazia um amistoso com o Tarumã, de Viamão. Como era o costume, desde que passou a usar a camiseta azul e amarela, Valdenir foi um dos primeiros a chegar para o jogo.

"Era o tipo de jogador aguerrido, de muita força física dentro de campo. E fora dele, um cara brincalhão, sempre de bem com a vida", conta o criador do Rosário.

Com a cara do Rosário castelhano

Massaia assumiu o seu lugar na zaga este ano Foto: Hends Fotografias/Divulgação
O time leva as cores e o símbolo do homônimo argentino, mas a referência não é exatamente o time de Santa Fé. Trata-se do Rosário, da Vila Central, de Gravataí, criado para que os amigos se movimentassem aos domingos e, dentro das quatro linhas, rivalizassem com o antigo Central, que era outro time amador do bairro.

Durante algum tempo, duelaram com eles, mas o Central acabou, e o atual clássico "local" agora é com o também argentinizado San Lorenzo.

No último clássico entre os dois times, o aguerrido Massaia estava em campo. E foi fundamental para a virada que garantiu uma vitória por 3 a 2.

Nascido em Gravataí, Valdenir morou no Interior durante alguns anos, de onde voltou há cinco e se estabeleceu novamente na cidade-natal.

Chuva estava fraca

Nas suas lembranças, Felipe Sabino já refez dezenas de vezes o roteiro seguido na manhã de domingo até que o clarão transformasse a confraternização em tragédia. E lamenta:

"Aquela trovoada nos pegou completamente de surpresa".

Segundo ele, no começo da manhã, como costuma acontecer, começou a ligar para o os donos do campo, para os adversários e os integrantes do Rosário. Na rua, não chovia, e o campo estava em condições. A partida estava confirmada.

No caminho para o Rincão da Madalena, começou a chover forte, mas, às 10h, como recorda Sabino, chuviscava. O raio teria sido isolado, e certeiro.

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