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Notícias | Novo Hamburgo Contra a reforma de Leite

Com aula ou não: em meio à greve, escolas estaduais de Novo Hamburgo tentam se organizar

Três instituições de ensino da cidade aderiram totalmente à paralisação e não tiveram aula na segunda-feira

Por Débora Ertel
Publicado em: 19.11.2019 às 05:00 Última atualização: 19.11.2019 às 08:52

Faixa colocada na Escola Otávio Rosa manifesta apoio ao movimento grevista Foto: Juarez Machado/GES
Pelo menos três escolas estaduais de Novo Hamburgo não tiveram nenhuma aula na manhã desta segunda-feira (18) porque os professores aderiram à paralisação convocada contra o pacote de projetos de Eduardo Leite, para reestruturar a máquina pública. Segundo levantamento do Jornal NH, não tiveram aula as Escolas Antonio Augusto Borges de Medeiros, no bairro Rondônia, Vila Becker, no Operário, e a Frederica Schütz Pacheco, no bairro Ouro Branco. Já a Otávio Rosa e a Leopoldo Petry param as atividades a partir de hoje. Na João Ribeiro, no bairro Canudos, apenas uma turma teve aula. Além disso, outras seis escolas tiveram adesão parcial, com parte dos alunos sendo dispensados.

Na Borges de Medeiros, os docentes tiveram uma reunião no início da manhã de segunda-feira (18) e decidiram aderir ao movimento. Conforme o diretor, Paulo César Schleich, a proposta do governo do Estado é cruel e até desumana, pois atinge principalmente os professores com mais tempo de carreira, que correm o risco de perder os direitos adquiridos. Dos 65 educadores que atendem os 1.020 estudantes, apenas três não aderiram à greve.

Já no Vila Becker, que tem 540 matriculados, a situação é parecida. Depois de uma reunião que votou pelo sim à greve, os estudantes foram dispensados. Segundo a diretora Bernadete Flamia Fasolo, a paralisação deve se manter durante toda a semana.

Na Frederica Schütz Pacheco, no bairro Ouro Branco, 100% dos professores e funcionários decidiram aderir ao movimento. Na sexta-feira (22), o grupo deve se reunir novamente para avaliar se continuarão paralisados. A escola tem 433 alunos.

Segundo a diretora da Escola Otávio Rosa, Ana Maria Rodrigues, os 23 docentes decidiram parar as atividades porque o pacote do governo atinge diretamente o magistério. "É a primeira vez na história da Otávio Rosa que temos 100% de adesão a uma greve, mas não dá mais", desabafa.

Na Leopoldo Petry, no bairro Canudos, os professores vão entrar em greve só nesta terça-feira (19) para dar tempo de avisarem as famílias do movimento. O colégio tem 250 alunos, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. "Em 19 anos de magistério, nunca enfrentei uma situação tão humilhante como agora", disse a vice-diretora Mara da Silva de Azevedo, 46 anos. 

Conforme o diretor da Escola João Ribeiro, Marcelo Pinho, 90% dos professores aderiram à paralisação.

Diretor de Núcleo do Cpers faz avaliação positiva

Na avaliação do diretor do 14º Núcleo do Cpers, Luiz Henrique Becker, foi positiva a adesão no primeiro dia. "Tivemos o retorno até o meio da tarde de 42 escolas. A maioria teve paralisação de 100%", informou. De acordo com ele, somente nesta terça-feira (19) será possível ter um balanço total.

Adesão ao movimento grevista pode aumentar

Nesta terça-feira (19) há possibilidades de aumentar o número de escolas com greve, pois como a convocação do Cpers/Sindicato foi realizada na véspera de feriado, a maioria não tinha se reunido para avaliar o posicionamento. No Instituto Madre Benícia, no bairro Lomba Grande, e na Escola Professor Alfredo Clemente Pinto, no bairro Primavera, os docentes fariam uma reunião nesta segunda-feira (18) para definir se param as atividades.

No Colégio 25 de Julho, no bairro Rio Branco, a paralisação é parcial, com algumas turmas não tendo todos os períodos de aula. Segundo a vice-diretora do turno da manhã, Andreia Cristiane Müller, a intenção é fazer com que todas as turmas tenham aula para garantir o dia letivo. Também há adesão parcial nas escola Dom Pedro II, no bairro Rincão, Ayrton Senna do Brasil, no Industrial, Professora Luiza Teixeira Lauffer, no Liberdade, e Jair Foscarini, na Boa Saúde.

Pacote do RS

O Cpers/Sindicato, em assembleia realizada na quinta-feira (14), aprovou estado de greve no magistério gaúcho a partir de segunda-feira (18). Também na quinta-feira (14), servidores públicos estaduais de várias categorias promoveram o ato unificado contra o pacote do Piratini. Neste mesmo dia, os servidores técnicos científicos anunciaram que entraram em greve a partir do dia 26 de novembro.

Todos os projetos foram protocolados em regime de urgência na quarta-feira (13) da semana passada, com exceção da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que tem tramitação diferenciada e exige votação em dois turnos. O regime de urgência pode ser solicitado apenas pelo Executivo e exige a tramitação e votação em plenário em prazo de 30 dias após o protocolo. Como as sessões plenárias ocorrem apenas nas terças, quartas e quintas-feiras, a data prevista para votação é a partir de 17 de dezembro. Já a PEC tem prazo mínimo de 45 dias para votação e deve ser apreciada apenas no início de 2020.

71

São 71 organizações e entidades estaduais que integram o movimento.

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