As investigações contra o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, caíram como uma bomba em Três Coroas, no Vale do Paranhana, onde o empresário reside com a família e possui negócios. Após a Operação Lojista ser deflagrada na manhã desta sexta-feira (29), familiares de Koch negam envolvimento do líder empresarial no suposto esquema que teria desviado R$ 10 milhões da FCDL-RS, ao longo de 13 anos.
Familiares de Koch rechaçaram a veracidade das denúncias e as classificaram como “infundadas”. De acordo com pessoas a ele, a motivação está atrelada à disputa de poder pelo comando da entidade. Ainda segundo a família de Koch, há provas e documentos que comprovariam esta tese. Os detalhes não foram revelados.
Carla Elisa comentou o caso no início da tarde. Procurada pela reportagem do Jornal NH, a esposa de Koch fez uma breve declaração a respeito dos fatos. Não negou o abatimento da família, porém, defendeu que o esposo não possui nenhuma relação com os fatos apontados pela Polícia. “Meu esposo apenas faz a parte política da entidade. Ele não lida com documentos”, afirmou. A empresária ainda ressaltou que as contas da federação passam pela avaliação dos “melhores auditores”.
Além disso, Cátia negou outra informação veiculada pela imprensa durante a manhã, de que o notebook de Koch teria sido retirado da sede da entidade. “Ele nunca teve um computador no gabinete”, afirmou. Entre outros detalhes, disse que, tanto ela, como o marido, tiveram os aparelhos celulares apreendidos pela Polícia.
Ainda foram cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do presidente e nas Lojas Silmar, na área central de Três Coroas, para buscar documentos. Conforme um parente de Koch, que pede para não ser identificado, o trabalho dos agentes durou duas horas e ocorreu paralelamente na casa e no empreendimento administrado pela família.
A família ainda reforça que, durante 12 anos, as contas da gestão de Koch à frente da FCDL-RS foram aprovadas por unanimidade pelas 133 Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado. Apenas após a última disputa interna, vencida pelo empresário de Três Coroas, é que teriam surgido contestações de opositores. Este é o relato de pessoas próximas ao líder empresarial.
Conforme Ferreira, Schneider entrava no negócio como prestador de serviços por meio das suas empresas, a NewPS Propaganda e Marketing e NewPS Progaganda Serviços Gráficos, além de suposto fornecedor de bebidas, pela terceira empresa que possui em seu nome, a San Pedro Vinhos. Os três estabelecimentos estão situados no mesmo endereço, na Rua Tamandaré, bairro Boa Vista. Já os funcionários Leonardo Neira e Raquel Garcia Nick Fraga dariam apoio às operações fraudulentas. "A maior parte do dinheiro desviado ficava como Vitor. Ainda não sabemos quanto ficava com cada um", comenta o delegado. Nenhum dos suspeitos foi preso, mas foram apreendidos documentos, computador e telefones celulares. A Justiça autorizou bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados e de valores em contas bancárias. A investigação iniciou em outubro do ano passado quando o vice-presidente da FCDL, Fernando Palaoro, denunciou o caso à 17ª DP.
Sobre a participação da loja de Koch no esquema, a Silmar Móveis, de Três Coroas, Ferreira informa que a investigação busca mais esclarecimentos. Os quatro suspeitos devem responder pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.
A reportagem doJornal NHtentou contato telefônico com Pedro Ênio Schneider e Vitor Koch, mas não foi atendida.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS, em razão dos fatos noticiados nesta manhã, em especial da operação da Polícia Civil deflagrada em relação à entidade e seu presidente, vêm a público prestar os seguintes esclarecimentos:
1º) As denúncias que ensejaram a operação policial ocorrida nesta data tem forte cunho político, conforme atestam as diversas atas de reuniões no âmbito interno da entidade, da sua diretoria, do Conselho Fiscal e assembleias, assim como ações judiciais ajuizadas e ocorrência policial registrada pelo presidente da Federação denunciando tentativa de extorsão, praticada por um dos denunciantes, diretor da entidade.
2º) A Federação informa também que não há nenhuma irregularidade ou quaisquer desvios de recursos no âmbito da Entidade, cujas contas foram aprovadas sem ressalvas pelo Conselho Fiscal, pela auditoria independente, pela contabilidade e pelas assembleias, das quais participaram os próprios denunciantes.
3º) A situação em que se vê envolvida a FCDL-RS decorre de um embate político instaurado por aqueles que perderam o último pleito eleitoral, aliados a membros opositores da atual diretoria.
4)A FCDL-RS está em contato com as autoridades para tomar conhecimento dos fatos e do teor do inquérito policial para que possa prestar maiores esclarecimentos ao Movimento Lojista e para a sociedade gaúcha.
5)A Entidade se coloca à inteira disposição da Polícia Civil, do Ministério Público, do Poder Judiciário, bem como de seus associados, para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.
Porto Alegre, 29 de novembro de 2019.
Vitor Augusto Koch