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Notícias | Região Audiência tensa

Preso por morte de pai e filho ameaça agentes penitenciários em Estância Velha

Caso do latrocínio em joalheria há oito meses teve audiência tensa no Fórum da cidade na manhã desta quinta-feira

Por Silvio Milani
Última atualização: 30.11.2001 às 00:00

Rafael e Davi foram flagrados por câmeras e reconhecidos Foto: Reprodução
Terminou em ocorrência policial, na manhã desta quinta-feira (19), a audiência sobre a morte de pai e filho durante assalto à joalheria da família em Estância Velha em abril. A juíza da cidade, Rebecca Roquetti Fernandes, determinou abertura de procedimento para apurar ameaças de um dos três réus presos, Maximiliano Staehler Rolim, 30 anos, aos agentes penitenciários que fizeram o transporte do presídio ao fórum. A sessão foi para ouvir quatro testemunhas de acusação. As duas denunciadas em liberdade também participaram.

A denúncia foi feita pelos próprios servidores da Superintendência dos serviços Penitenciários (Susepe). Disseram que, além das ameaças, o acusado estava com comportamento agressivo. A magistrada requisitou instauração de termo circunstanciado pelo delito contra os agentes e ordenou que o relatório da audiência seja encaminhado ao delegado que responde por Estância, Clóvis Nei da Silva.

Crime aconteceu na manhã de 10 de abril no Centro de Estância Foto: Arquivo GES

Algemados

Maximiliano e os dois outros presos, Rafael dos Santos Domingues, 19, e Davi dos Santos Mello, 20, tiveram que permanecer algemados, com as mãos para frente, durante a audiência. "Cumpre salientar que há prisões em vigor, razão pela qual se faz necessária a utilização das algemas, visando à garantia da integridade física dos participantes e a manutenção da tranquilidade durante a coleta de provas, visto que não há como prever eventual resistência e/ou possibilidade de fuga dos presos", diz o relatório da sessão. A medida de segurança foi tomada, segundo o documento, "diante da afirmação expressa dos agentes" sobre a necessidade, tornada ainda mais evidente após as ameaças relatadas.

Juíza negou solturas

A juíza acolheu o parecer do promotor Bruno Amorim Carpes e manteve as preventivas. "Frise-se que a instrução somente não foi encerrada em razão unicamente das testemunhas de defesa não terem comparecido", concluiu a magistrada, que marcou audiência para 16 de janeiro para ouvi-las. Será a sexta sessão do processo. "Não há qualquer excesso com relação aos prazos razoáveis para encerramento da instrução, já que, nesta data, encerrou-se a oitiva das testemunhas de acusação, faltando apenas a oitiva de testemunhas de defesa, novamente não encontradas pelo oficial de justiça em comarca diversa da presente", acrescentou.

A acusação

Por volta das 9 horas do dia 10 de abril, Rafael e Davi entram na joalheria, na Rua Portão, no Centro, e logo avisam que é assalto. São rendidos a dona, Elaine Canova, 54 anos, o marido e sócio, Leomar Canova, 59, o filho Luís Fernando Canova, 35, e uma funcionária.

Enquanto Rafael manda as mulheres recolherem joias no balcão, Davi vai com Leomar e Luís Fernando ao escritório. Em seguida, aparecem pai e filho reagindo já na parte da frente, onde são alvejados pelos dois assaltantes.

Davi sai correndo sem levar o que havia recolhido, mas Rafael, com frieza, ao lado dos corpos, manda as mulheres entregarem a sacola em que havia mandado encher de joias, avaliadas em R$ 350 mil. Os dois embarcam em um Honda City cor chumbo. O carro, roubado em Porto Alegre, é abandonado na Rua Ceará, bairro Rincão, em Novo Hamburgo.

Ainda segundo a acusação, com Maximiliano Rolim, a dupla utiliza um segundo veículo para fuga, um Ford Focus roubado, abandonado logo depois na BR-116, na área central de São Leopoldo.

Os criminosos se refugiaram na casa de Cassinelli Pimenta, 35, em Portão, onde também estava Sheila Viviane Dutra, 36. São as duas mulheres denunciadas no caso. Elas teriam recebido e ocultado um pingente que, depois, foi reconhecido como produto roubado da joalheria.

Defesa pediu liberdade

O advogado de Rafael, assim como o defensor público de Davi e Maximiliano, pediram liberdade provisória durante a audiência. O principal argumento era de excesso de prazo. Consideraram que estão recolhidos há meses, "sem culpa ou participação no retardamento da instrução do processo". No caso de Rafael, o advogado observou ainda que é réu primário. Ele foi o primeiro capturado, na noite de 24 de abril, em Portão. Davi, que já tinha condenação por roubo no semiaberto, foi encontrado na Argentina, no dia 22 de maio, e Maximiliano em 9 de junho em Sapucaia do Sul.


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