Sem La Niña e El Niño influenciando no regime de chuva e na temperatura, o verão que começa neste domingo (22) tende a ser mais seco. A explicação é da meteorologista da MetSul, Estael Sias.
A temperatura da superfície do mar está mais quente que o normal, mas a atmosfera na região não reflete o que poderia se esperar de um El Niño fraco, apresentando sinais de neutralidade, o que vai persistir ao longo da nova estação.
"Entram cena outros vetores que podem trazer mais chuva para o Centro do País, e quando chove mais lá, diminui a chuva aqui", explica. Por isso, o Rio Grande do Sul terá alto risco de estiagem pelo fato de que as chuvas ocorrerão mal distribuídas. "Aquela chuva que pega um bairro de Novo Hamburgo e não chove em outro. É a chuva associada ao calor, típica chuva de verão", exemplifica.
Neste verão, a chuva tende a ser ainda mais irregular com valores abaixo das médias históricas e déficit de precipitação em muitas áreas, o que pode levar o Rio Grande do Sul ou parte do Estado a um quadro de estiagem variando entre moderada a forte nos próximos 90 dias.
Com chuvas típicas do verão, aquelas associadas ao calor, é preciso se preparar para temporais e precipitações volumosas em curto espaço de tempo. Estael comenta também que janeiro ainda terá um pouco de temperaturas amenas, principalmente no início da manhã. Mas fevereiro e março devem ter ondas de calor, com picos de temperatura. "Inclusive períodos de 40 graus poderão ocorrer", alerta a meteorologista.
Neste verão, a chuva tende a ser ainda mais irregular com valores abaixo das médias históricas e déficit de precipitação em muitas áreas, o que pode levar o Rio Grande do Sul ou parte do Estado a um quadro de estiagem variando entre moderada a forte nos próximos 90 dias.
Com isso, os gaúchos devem enfrentar um verão com problemas de falta de chuva mais volumosa como não se vê desde 2012.
Neste cenário, a MetSul Meteorologia alerta para a probabilidade de perda de produtividade nas safras de verão, diminuição dos níveis dos rios, risco de escassez de água para consumo humano e animal com decretos de emergência, e um risco acentuado de incêndios em vegetação (queimadas).
O verão é a época em que tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra, da tarde para a noite em dias de calor e umidade alta.
Não raro chegam são acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com transtornos nas cidades por alagamentos.
Casos mais extremos, sobretudo em dias de calor muito intenso com marcas entre 35ºC e 40ºC, trazem até tempestades severas com estragos por granizo, chuva excepcionalmente volumosa em curto período, vendavais, tornados e correntes descentes violentas de vento (downburst), como se viu em Porto Alegre em 29 de janeiro de 2016.