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Notícias | Região Violência

Ouça: áudios podem revelar autoria de homicídio de turista leopoldense em Florianópolis

Nas gravações, facção conhecida como PGC assume a autoria do crime e revela que leopoldenses teriam reagido ao ataque, acabando baleados

Por Jean Peixoto
Publicado em: 09.01.2020 às 17:42 Última atualização: 09.01.2020 às 17:59

Favela do Siri e dunas dos ingleses Foto: Daniel Queiroz/Arquivo/ND
A reportagem do Jornal VS teve acesso exclusivo a gravações que teriam sido divulgadas pela facção criminosa conhecida como PGC (Primeiro Grupo Catarinense), nas quais são revelados novos detalhes sobre o assassinato de Kennedy Maldaner Santos da Silva, o leopoldense de 20 anos morto a tiros no litoral catarinense, no último domingo. Nos áudios, um criminoso revela que teria visto fotos nos celulares dos leopoldenses fazendo um número 3 – gesto que representa um grupo rival do PGC – e por isso capturou o grupo. Na gravação, o homem questiona outra pessoa que supostamente seria da mesma facção, se reconhece o rapaz que estaria em seu poder.

Em um segundo áudio, o criminoso conta que os jovens teriam sido levados para o meio do mato, onde reagiram à ação dos bandidos e, por isso, foram baleados. "É o PGC que manda. Daí os cara quer chegar e pular nas nossas armas sem saber de nada, daí é f..., né", ressalta o homem.

O delegado Ênio de Oliveira Mattos, titular da Delegacia de Homicídios de Florianópolis, afirma ter conhecimento do material. Segundo ele, é de domínio público que o PGC comanda aquela região. "Ali é assim mesmo, quem entrar e fizer um sinal diferente acaba morto", diz.

. Foto: Reprodução

Ouça

Áudio 1

Primeiramente aí, um "salvão" pra nóis, aqui é o "Irmão Gordinho", entendeu? Esse mano aí chegou na favela aqui com mais dois mano, tá ligado? Ele e mais dois num carro. Aí na mesma "nóis" pegou o celular dos cara ali, tinha foto fazendo 3, mano. Aí "nóis" foi ali pro mato com eles na mesma, aí dois deles pularam nas "máquinas", tá ligado? E tivemos que "pá", um morreu e outro ficou baleado, e sobrou esse daqui, tá ligado. "Nóis" tá com ele aqui e "nóis" queria ver aí se alguém conhece esse mano, entendeu, pra ver se as ideias dele são de boas pra ver o que "nois" tá fazendo com ele, firmeza?

Áudio 2

Foi esse daí "memo" que pulou na "máquina" e puxou a pistola da mão do mano e teve que dar uns tiros nele. Os mano ali se exaltaram, pularam nas nossas arma aí. O "bagulho" não é brincadeira, é o crime, né. Como é que eles vão pular em cima das nossas armas, tão doido? Era só esperar que não ia tá acontecendo o que tá acontecendo. "Nóis" ia entrar na linha com vocês. Tudo certo, tudo dois e já era, tá ligado, mano? É o PGC que manda. Daí os cara quer chegar e pular nas nossas armas sem saber de nada, daí é f..., né.

Dois vídeos também foram compartilhados

Dois vídeos que teriam sido gravados pelos traficantes com uma das vítimas - o jovem que levou uma facada na mão - também foram compartilhados em grupos de WhatsApp. Nos vídeos, o rapaz, que seria motorista de aplicativo, explica que o ataque ocorreu devido à fuga de um quarto integrante do grupo que chegou à Favela do Siri, além da existência de fotos nos celulares. "Os guris 'guentaram' nós porque pegaram nos celulares eles fazendo o 3 na mão e fotos armados também." Ele explica que os criminosos queriam apenas conversar com o rapaz que fugiu, mas como ele não voltou, os demais se alteraram e tentaram tomar as armas dos traficantes.

Assista

O delegado Ênio de Oliveira Mattos também aponta que o jovem que fugiu dos traficantes já morou no bairro dos Ingleses, em Florianópolis, e teve passagens pela polícia por tráfico de drogas. "O rapaz foi morto porque o outro fugiu", sublinha. Ele também confirma que os bandidos se comunicaram com as pessoas que estavam na casa alugada pelo grupo, na praia do Santinho, exigindo que o jovem que fugiu voltasse ao local. Os criminosos teriam feito uma videochamada solicitando que um dos jovens fosse até o local para conversar. Ele teria se deslocado em outro automóvel até o Siri, onde a tragédia foi consumada.


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