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Notícias | Região Mistério

Quase um ano depois, morte de motorista de aplicativo continua sem solução

Caroline Nogueira Rodrigues foi executada a tiros em Gravataí. Até hoje ninguém foi preso, embora o caso siga sendo investigado, segundo a Polícia Civil

Publicado em: 09.01.2020 às 14:40 Última atualização: 09.01.2020 às 14:42

Ninguém foi levado à cadeia pela morte da motorista de Uber Caroline Nogueira Rodrigues até agora Foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO
Caroline Nogueira Rodrigues, 35 anos, foi executada com sete tiros de revólver calibre .380. O corpo da motorista de Uber fora achado na Estrada do Barro Vermelho, na noite de 23 de fevereiro de 2019. Até hoje não se sabe quem são os responsáveis pelo homicídio. O crime continua sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí. Conforme o delegado Eduardo Amaral, que responde pela Especializada, a apuração avançou no início, porém foi freada devido a um teste de balística. "Estamos aguardando um exame de balística que pode nos levar ao autor dos disparos", explica. "Só que se a perícia tiver um resultado negativo, voltamos a estaca zero."

Nossa reportagem teve acesso a uma pessoa que disse conhecer não só Caroline, mas também os responsáveis pela morte. Ele garantiu que o caso está ligado a uma quadrilha de traficantes de entorpecentes. "Isso é gente muito ruim. Eles já estavam atrás dela faz algum tempo, por isso que a Caroline vivia se mudando para cá e para lá", disse o homem, que preferiu não ser identificado. A Polícia Civil confirma que a hipótese de Caroline ter se envolvido com criminosos nunca foi descartada completamente. "Nunca pareceu um latrocínio [roubo seguido de morte]", esclarece Amaral. "Só não sabemos qual o grau de envolvimento dela e por que alguém a queria morta."

A última corrida de Caroline aconteceu cerca de 24 horas antes do homicídio, de acordo com a investigação. Portanto, ela não estava trabalhando no momento em que foi executada. Na época morando em Alvorada, mas com parentes e amigos vivendo em Canoas, não foi fácil para a Polícia Civil remontar a rotina da trabalhadora. "Ouvimos muita gente, mas a colaboração de parentes e amigos não foi suficiente para que se chegasse a um suspeito", lamenta Amaral. "Nossa vontade era já ter conseguido chegar aos autores da morte", frisa. "Este caso não foi esquecido."


Não foram encontrados sinais de abuso

Na época da morte, chegou a se falar que Caroline Nogueira Rodrigues teria sido sequestrada, violentada e em seguida morta a tiros à beira da estrada, contudo nada disso foi constatado pelos técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP). Não havia marcas de abuso, conforme o inquérito, no local onde o Fiat Siena fora achado queimado. Na verdade, ela foi brutalmente executada em um lugar próximo a nada. Não houve qualquer imagem que pudesse ser captada próxima a cena do crime para ajudar a polícia. "É um lugar ermo, o que só dificultou a investigação", afirma o delegado.

Motoristas fizeram passeada em Canoas

Caroline foi sepultada no Cemitério Santo Antônio, em Canoas, na tarde do dia 24 de fevereiro. Motoristas de aplicativo promoveram uma passeata com buzinaço pelas ruas da cidade como forma de despedida da colega. A empresa Uber também se manifestou oficialmente, prestando solidariedade à família e também lamentando a perda de uma importante colaboradora. "Os caras que mataram a Caroline ainda estão soltos", desabafa, indignado, o motorista de aplicativo Nilo Santana, 39 anos, que participou da passeata e diz ter conhecido Caroline. "Daqui a pouco eles matam outro motorista, se é que já não mataram", suspira. 

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