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Notícias | Região Reajuste dos preços

Com cada vez menos passageiros, ônibus ficam mais caros na região

Além de estabelecer preços, prefeituras e empresas concessionárias também encaram a necessidade de qualificar os serviços

Por Bruna Mattana
Publicado em: 17.01.2020 às 05:00 Última atualização: 17.01.2020 às 07:06

Aumento na passagem de ônibus já pode ser sentida pelos usuários do transporte público Foto: Prefeitura de Sapiranga/Reprodução
O ano inicia e, com ele, os inevitáveis aumentos. Entre eles, está o reajuste da tarifa de ônibus que, em alguns municípios da região, já pode ser sentida no bolso dos usuários. Em Sapiranga, o valor subiu de R$ 3,50 para 4 reais, um aumento de 14%. Em Campo Bom, a tarifa, que tinha sofrido redução de 2018 para 2019, sofreu reajuste e agora está vigorando a R$ 3,90, o que representa 18% de incremento no valor da passagem. Os valores são superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do governo federal para medir a inflação, e que em 2019 era de 4,31%.

De acordo com o professor do curso de Gestão Financeira de Universidade Feevale, Jose Antonio Ribeiro de Moura, os aumentos acima da inflação, embora injustificáveis, podem incorporar aumento salarial de motoristas e cobradores, perda de usuários, ou revisão de custos por perdas em anos anteriores e revisados ou reajustados agora, o que deveria ser risco financeiro das concessionárias, sem prejuízo à população que já tem nos indicadores de inflação o custo embutido.

"Outro fator que pode ter interferência é que as empresas alegam utilizar o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) que compõem os custos da maior parte dos itens dos veículos e 50% do sistema tarifário (preço do veículo, óleo diesel e derivados, preço dos pneus e recapagens), por exemplo, que tiveram aumento de 0,54% em 2017, de 7,55% em 2018 e 7,32% em 2019. O que, a meu ver, não justifica", diz.

Ele destaca que a queda da atividade econômica nos últimos anos e o aumento do número de desempregados revelou uma significativa redução de usuários do transporte coletivo.

"Outro fator, sem dúvida, segue o comportamento individual das pessoas: o de utilizar o carro como principal veículo de deslocamento, por comodidade, a meu ver, e a nova opção do transporte por aplicativo, onde encontra maior conforto em comparação com o transporte coletivo. Com isso, o fluxo de veículos tem aumentado notadamente e a motocicleta tem sido uma opção também a ser considerada", opina.

Conforme Moura, o maior impacto no último ano foi a redução do número de passageiros pelo sistema, porém é risco financeiro da concessionária, que não deve ser repassado na passagem.

Veja como ficaram os valores na região


 

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Em Campo Bom

Segundo o prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, em 2017 a passagem no município custava R$ 3,55. "A lei preconiza que a pessoa com idade acima de 65 anos é isenta. Como temos uma lei municipal que prevê gratuidade para passageiro acima de 60 anos, passamos a subsidiar para esse público e baixamos a tarifa para R$ 3,30", detalha. O município também subsidia 50% da passagem para estudantes e pessoas com deficiência (PCDs), além de isentar a concessionária de pagar o Imposto sobre Serviços (ISS). "Cobrando o imposto, os custos seriam mais altos", destaca Orsi.

Pela dificuldade em aumentar o número de passageiros, a empresa expôs a necessidade de aumentar o valor. "Sabemos que a tarifa é baseada em diversos fatores, mas o baixo número de passageiros é o principal. O valor sugerido pela empresa era de R$ 4,69, mas dissemos que era impossível. Conseguimos chegar em R$ 3,90", comenta o prefeito.

Transporte por aplicativo é opção

A administradora Juliana Bondan, 25 anos, trocou o ônibus pelo transporte por aplicativo na metade de 2017. Ela passou a fazer consultorias em atendimentos externos e demorava muito tempo com deslocamentos de ônibus. "Com o transporte por aplicativo passei a atender mais clientes", diz Juliana.

Outras cidades

Canela - Plano está no Legislativo.

Gramado - Plano está no Legislativo.

Novo Hamburgo - Edital segue em revisão.

Parobé - Prefeitura quer contratar estudo de viabilidade técnica.

S. A. da Patrulha - Edital está em análise jurídica.

Sapiranga - Sem data prevista para edital.

Lei federal garante prioridade, diz advogado

Segundo o advogado e assessor jurídico da Federação dos Transportes, Darci Norte Rebelo Jr, o desafio é viabilizar economicamente o transporte urbano. A lei federal 12.587, de 2012, chamada de Lei da Mobilidade Urbana, dispõe que o transporte público coletivo deve ter prioridade sobre o transporte individual motorizado, o que não ocorre na sua avaliação, existindo uma disputa por espaço entre ônibus e demais veículos. "Isso faz com que os tempos de viagem aumentem, o que se reflete no custo", destaca.

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