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Notícias | Região Lei Lucas

Escolas da região são capacitadas para casos de emergência

Especialistas falam sobre a importância de adequação a lei federal de 2018

Publicado em: 20.02.2020 às 05:00 Última atualização: 20.02.2020 às 16:14

Curso de noções básicas de primeiros socorros é direcionado a professores e funcionários de escolas Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial
Uma criança cai do brinquedo na pracinha da escola e tem um corte na cabeça. Outra, ao comer o lanche na hora do intervalo, acaba se engasgando. Em ambos os casos, a intervenção de outra pessoa é necessária para ajudar o aluno, acalmá-lo e tomar as primeiras providências. É por situações como essas e pela necessidade de alguém que saiba como prestar os primeiros atendimentos em casos de urgência e emergência que uma lei federal obriga a capacitação em noções básicas de primeiros socorros para professores e funcionários de escolas públicas e privadas. Em época de volta às aulas, é útil saber que estas qualificações já foram implementadas na região, como em Novo Hamburgo.

A obrigatoriedade entrou em vigor em 2018, sendo criada em homenagem ao estudante Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, que, um ano antes, faleceu após engasgar durante um passeio promovido pela escola que estudava, em São Paulo. Por conta disso, ficou conhecida por Lei Lucas. "A lei veio, justamente, para suprir uma necessidade das escolas. Muitas escolas já fazem pequenos momentos nas suas formações, pequenas instruções, os professores de Educação Física normalmente também já sabem sobre o tema, mas é apenas um grupo dentro da escola", disse a psicopedagoga e coordenadora pedagógica da Escola Sinodal de Educação Profissional (ESEP) da Faculdades EST, Valéria Franz Bock. 

Ela reforça a importância de capacitações sobre o assunto para educadores e funcionários. "Aquele profissional que está ali do lado é fundamental, porque, às vezes, aquele primeiro atendimento salva a vida daquela criança. O que originou a Lei Lucas foi um engasgo na hora do lanche. Se você não tem alguém habilitado naqueles primeiros minutos, a vítima pode vir a óbito. Por isso, o conjunto da escola tem que ter um conhecimento acerca disso e das manobras básicas", argumentou.

Curso sobre o tema

Foi pensando, justamente, em ajudar as instituições de ensino que buscam capacitar seu quadro de colaboradores que a ESEP da Faculdades EST elaborou um curso próprio para a temática. "Quando surgiu a Lei Lucas, já logo despertou essa consciência da própria EST e ESEP, de oferecer para a comunidade um curso cumprindo a lei, mas que tivesse um plus", comentou Valéria, ressaltando alguns destaques da aula. "Os professores que ministram esse curso são enfermeiros que trabalham com urgência e emergência e que dão aula sobre isso no nosso curso técnico. Ou seja, são profissionais que além de serem formados, têm a prática do exercício diário e desenvolvem a teoria, semanalmente, em sala de aula, com os alunos. Então, têm enorme domínio do conteúdo", salienta.

Valéria reitera que o público do curso é direcionado a professores e funcionários de escolas, principalmente, para aqueles que têm contato direto com alunos. "O curso não forma o profissional para atender isso. A ideia não é que cada professor ou funcionário da escola seja especialista em primeiros socorros. Mas ele dá as ideias básicas, como funções vitais, estado de choque, acidentes por choque elétrico, desmaios ou convulsões, emergências traumáticas, substâncias tóxicas e acidentes com animais peçonhentos e venenosos", detalha.

Capacitação em Novo Hamburgo

Professores e funcionários das escolas da rede municipal de Novo Hamburgo foram capacitados durante o ano passado para atendimentos de primeiros socorros. Professoras, diretoras e representantes de 17 Escolas de Educação Infantil participaram da capacitação em outubro. Ministrada pelo enfermeiro Adriano Saraiva Pinto, especialista em urgência e emergência, instrutor e membro da Guarda Municipal, a ação ocorreu para adequar os estabelecimentos a uma lei municipal sancionada em 2019.

Em agosto, equipes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental já haviam recebido as orientações sobre como agir em casos onde estudantes sofram algum tipo de acidente, ou apresentem algum sintoma atípico. Em julho do ano passado, a titular da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Maristela Guasselli, informou que a intenção era de que todas as 83 escolas tivessem pessoas capacitadas a exercer os primeiros socorros, sempre que houver necessidade.

O que diz a Lei Lucas, aprovada em 2018

A Lei Lucas foi sancionada em 4 de outubro de 2018.

O nome lembra o estudante Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, que em 2017 faleceu após engasgar com um pedaço de salsicha do cachorro-quente servido no lanche de passeio da escola, em São Paulo. Ele não teria recebido o socorro de forma rápida e adequada. Por isso, a lei "torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil", e prevê notificações e multa para quem a descumprir.

Algumas medidas em situações de acidente

A enfermeira e coordenadora do Curso Técnico em Enfermagem da ESEP, Madelle Jaeger, também falou sobre a importância do aprendizado para educadores. "Criança é imprevisível e ela está dentro de um espaço que, por mais preparado que esteja pra recebê-la, tem os seus perigos. Quando acontece, muitos querem ajudar, mas não sabem exatamente o que fazer. São esses minutos decisivos que podem poupar a vida da criança, ou até poupá-la de uma limitação", reitera. Madelle ainda lembrou algumas medidas como: em caso de convulsão, proteger a cabeça e o corpo da criança para evitar possíveis traumas. Numa hemorragia ou um corte profundo, fazer uma pressão maior no local para que o sangramento não se alastre.

Na semana passada, EST estreou o curso

O Colégio Evangélico Divino Mestre, do bairro Scharlau, foi um dos pioneiros em receber o Curso de Primeiros Socorros em Escolas.

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